{"id":742,"date":"2024-05-10T12:00:00","date_gmt":"2024-05-10T12:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/speeches-dev.byu.edu\/por\/?post_type=speech&p=742"},"modified":"2024-05-15T00:12:28","modified_gmt":"2024-05-15T00:12:28","slug":"sejam-100-por-cento-responsaveis","status":"publish","type":"speech","link":"https:\/\/speeches-dev.byu.edu\/por\/talks\/lynn-g-robbins\/sejam-100-por-cento-responsaveis\/","title":{"rendered":"Sejam 100% respons\u00e1veis"},"content":{"rendered":"\n
Pretendemos modificar a tradu\u00e7\u00e3o se for necess\u00e1rio. Para dar sugest\u00f5es, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n Irm\u00e3os e irm\u00e3s, sinto-me grato por estar com voc\u00eas nesta sess\u00e3o de abertura da Semana de Educa\u00e7\u00e3o de 2017 no campus da BYU. O tema deste ano vem de Doutrina e Conv\u00eanios 50:24<\/a>, com \u00eanfase especial nestas palavras: “E aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz”.<\/p>\n\n\n\n Vou abordar esse tema de modo diferente do esperado ao expor e ilustrar algumas maneiras muito astutas e eficazes pelas quais “o in\u00edquo” impede que as pessoas progridam e recebam mais luz (D&C 93:39<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Muitos princ\u00edpios do evangelho v\u00eam em pares, ou seja, um est\u00e1 incompleto sem o outro. Quero citar tr\u00eas desses pares doutrin\u00e1rios hoje:<\/p>\n\n\n\n Quando Satan\u00e1s consegue dividir pares doutrin\u00e1rios, ele come\u00e7a a causar estragos na humanidade. Essa \u00e9 uma de suas estrat\u00e9gias mais astutas para impedir que as pessoas cres\u00e7am na luz.<\/p>\n\n\n\n Voc\u00eas j\u00e1 sabem que a f\u00e9 sem obras realmente n\u00e3o \u00e9 f\u00e9 (ver Tiago 2:17<\/a>). Meu foco principal ser\u00e1 os outros dois pares doutrin\u00e1rios: primeiro, para ilustrar como \u00e9 que evitar a responsabilidade afeta o arb\u00edtrio; e, segundo, como \u00e9 que “negar a justi\u00e7a”, como se diz no Livro de M\u00f3rmon (ver Alma 42:30<\/a>), afeta a miseric\u00f3rdia.<\/p>\n\n\n\n O Livro de M\u00f3rmon nos ensina que somos \u00e1rbitros para “[agirmos] (…) e n\u00e3o para [recebermos] a a\u00e7\u00e3o” (2 N\u00e9fi 2:26<\/a>) \u2014 ou somos “livres para agir por [n\u00f3s] mesmos” (2 N\u00e9fi 10:23<\/a>). Essa liberdade de escolha n\u00e3o foi uma d\u00e1diva de arb\u00edtrio parcial, mas de um arb\u00edtrio completo e total de 100%. Foi absoluto no sentido de que o \u00fanico Pai Perfeito nunca for\u00e7a Seus filhos. Ele nos mostra o caminho e pode at\u00e9 nos dar mandamentos, mas, “n\u00e3o obstante, podes escolher segundo a tua vontade, porque te \u00e9 dado” (Mois\u00e9s 3:17<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Assumir a responsabilidade e ser respons\u00e1vel por nossas pr\u00f3prias escolhas s\u00e3o princ\u00edpios complementares do arb\u00edtrio (ver D&C 101:78<\/a>). Responsabilidade<\/em> significa que reconhecemos a n\u00f3s mesmos como a causa dos efeitos ou resultados de nossas escolhas \u2014 sejam elas boas ou m\u00e1s. Do lado negativo, significa que sempre aceitamos<\/em> as consequ\u00eancias das m\u00e1s escolhas.<\/p>\n\n\n\n Com exce\u00e7\u00e3o daqueles que s\u00e3o considerados inocentes, como as criancinhas e os deficientes intelectuais, a doutrina do evangelho nos ensina que cada pessoa \u00e9 respons\u00e1vel pelo uso de seu arb\u00edtrio e “[ser\u00e1 punida] por seus pr\u00f3prios pecados” (Regras de F\u00e9 1:2<\/a>).1<\/sup> N\u00e3o \u00e9 apenas um princ\u00edpio celestial, mas tamb\u00e9m uma lei da natureza \u2014 colhemos o que semeamos.<\/p>\n\n\n\n Logicamente, ent\u00e3o, o arb\u00edtrio completo e total vem com completa e total responsabilidade:<\/p>\n\n\n\n E agora, meus irm\u00e3os, lembrai-vos, lembrai-vos de que os que perecem, perecem por culpa pr\u00f3pria<\/strong>; e todos os que praticam iniquidades o fazem contra si mesmos<\/strong>; pois eis que sois livres; tendes permiss\u00e3o para agir por v\u00f3s mesmos; porque eis que Deus vos deu o conhecimento e vos fez livres.<\/em> [Helam\u00e3 14:30<\/a>; grifo do autor]<\/p>\n\n\n\n Uma das estrat\u00e9gias mais astutas de Satan\u00e1s para obter o controle de nosso arb\u00edtrio n\u00e3o \u00e9 um ataque frontal ao arb\u00edtrio, mas um ataque sorrateiro contra a responsabilidade. Sem responsabilidade, toda boa d\u00e1diva de Deus poderia ser usada indevidamente para prop\u00f3sitos malignos. Por exemplo, a liberdade de express\u00e3o sem responsabilidade pode ser usada para criar e proteger a pornografia. Os direitos de uma mulher podem ser distorcidos para justificar um aborto desnecess\u00e1rio. Quando o mundo separa a escolha da responsabilidade, resulta em anarquia e uma guerra de vontades ou sobreviv\u00eancia dos mais aptos. Poder\u00edamos chamar o arb\u00edtrio sem responsabilidade de o princ\u00edpio de Corior, conforme lemos no livro de Alma que “cada homem conquistava segundo sua for\u00e7a; e nada que o homem fizesse seria crime<\/em>” (Alma 30:17<\/a>; grifo do autor). Com as consequ\u00eancias negativas removidas, agora voc\u00ea tem o arb\u00edtrio desenfreado, como se n\u00e3o houvesse um dia do acerto de contas.<\/p>\n\n\n\n Se Satan\u00e1s n\u00e3o tiver sucesso em separar plenamente o arb\u00edtrio da responsabilidade, um de seus esquemas alternativos \u00e9 diminuir ou minimizar os sentimentos de responsabilidade \u2014 o que poder\u00edamos chamar de o princ\u00edpio de Neor, tamb\u00e9m encontrado no livro de Alma: “Que toda a humanidade seria salva no \u00faltimo dia e que n\u00e3o precisariam temer nem tremer, (…) porque o Senhor havia criado todos os homens e tamb\u00e9m havia redimido todos os homens; e, no fim, todos os homens teriam vida eterna” (Alma 1:4<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Que oferta atraente para aqueles que buscam felicidade na iniquidade! O princ\u00edpio de Neor depende inteiramente da miseric\u00f3rdia e nega a justi\u00e7a \u2014 a separa\u00e7\u00e3o do segundo par doutrin\u00e1rio j\u00e1 mencionado. Negar a justi\u00e7a \u00e9 o irm\u00e3o g\u00eameo de evitar responsabilidades. Essencialmente eles s\u00e3o a mesma coisa. Uma estrat\u00e9gia comum de cada anticristo do Livro de M\u00f3rmon era separar o arb\u00edtrio da responsabilidade. “Comei, bebei e alegrei-vos; n\u00e3o obstante, temei a Deus \u2014 ele justificar\u00e1 a pr\u00e1tica de pequenos pecados” (2 N\u00e9fi 28:8<\/a>).<\/p>\n\n\n\n A f\u00e9 sem obras, a miseric\u00f3rdia sem justi\u00e7a e o arb\u00edtrio sem responsabilidade s\u00e3o diferentes estrofes do mesmo hino sedutor e condenat\u00f3rio. Em cada uma delas, o homem natural rejeita a responsabilidade na tentativa de sedar sua pr\u00f3pria consci\u00eancia. \u00c9 semelhante \u00e0 pr\u00e1tica do in\u00edcio do s\u00e9culo 16 de pagar por indulg\u00eancias, mas muito mais f\u00e1cil \u2014 desse modo \u00e9 gratuito!2<\/sup> N\u00e3o \u00e9 de se admirar que o caminho largo esteja repleto de tantas pessoas. Esse caminho apresenta uma jornada para a salva\u00e7\u00e3o sem culpa, mas \u00e9, na realidade, um desvio para a destrui\u00e7\u00e3o astuciosamente disfar\u00e7ado (ver 3 N\u00e9fi 14:13<\/a>).<\/p>\n\n\n\n O arb\u00edtrio sem responsabilidade \u00e9 uma das principais doutrinas anticrist\u00e3s \u2014 muito astuta em sua natureza e muito destrutiva em seus resultados.<\/p>\n\n\n\n Para ilustrar, quero compartilhar uma lista de coisas que Satan\u00e1s tenta as pessoas a dizer ou fazer para evitar a responsabilidade. Essa lista n\u00e3o inclui tudo, mas creio que abrange suas t\u00e1ticas mais comuns.<\/p>\n\n\n\n 1. Culpar os outros:<\/strong> Saul, desobedientemente, tomou dos despojos de guerra dos amalequitas, e depois, quando Samuel o confrontou, ele culpou o povo (ver 1 Samuel 15:21<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 2. Racionalizar ou justificar:<\/strong> Saul ent\u00e3o racionalizou ou justificou sua desobedi\u00eancia, dizendo que o gado que foi salvo era “para oferecer ao Senhor” (1<\/a> <\/strong><\/a>Samuel 15:21<\/a>; ver tamb\u00e9m o vers\u00edculo 22).<\/p>\n\n\n\n 3. Dar desculpas:<\/strong> As desculpas v\u00eam em mais de mil variedades diferentes, como esta de Lam\u00e3 e Lemuel: “Como \u00e9 poss\u00edvel que o Senhor entregue Lab\u00e3o em nossas m\u00e3os? Eis que ele \u00e9 um homem poderoso e pode comandar cinquenta, sim, ele pode mesmo matar cinquenta; por que n\u00e3o a n\u00f3s?” (1 N\u00e9fi 3:31<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 4. Minimalizar ou trivializar o pecado:<\/strong> Foi exatamente isso que Neor defendeu (ver Alma 1:3\u20134<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 5. Esconder-se:<\/strong> Essa \u00e9 uma t\u00e9cnica comum para evitar responsabilidades. \u00c9 uma t\u00e1tica que Satan\u00e1s usou com Ad\u00e3o e Eva depois que comeram do fruto proibido (ver Mois\u00e9s 4:14<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 6. Acobertar<\/strong>: Intimamente relacionado a esconder-se est\u00e1 o acobertar, e foi isso que Davi tentou fazer para esconder seu caso com Bate-Seba (ver 2 Samuel 12:9, 12<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 7. Fugir da responsabilidade:<\/strong> Isso \u00e9 algo que Jonas tentou fazer (ver Jonas 1:3<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 8. Abandonar a responsabilidade:<\/strong> Algo similar a fugir \u00e9 abandonar a responsabilidade. Um exemplo foi quando Cori\u00e2nton deixou seu minist\u00e9rio em busca da meretriz Isabel (ver Alma 39:3<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 9. Negar ou mentir:<\/strong> “E Saul lhe disse: (…) Executei a palavra do Senhor. Ent\u00e3o disse Samuel: Que balido de ovelhas, pois, \u00e9 este nos meus ouvidos (…)?” (1 Samuel 15:13\u201314<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 10. Rebelar-se:<\/strong> Samuel ent\u00e3o repreendeu Saul por “rebeli\u00e3o”. “Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele tamb\u00e9m te rejeitou a ti, para que n\u00e3o sejas rei” (<\/a>1 Samuel 15:23<\/a>)<\/a>.<\/p>\n\n\n\n 11. Reclamar e murmurar:<\/strong> Aquele que se rebela tamb\u00e9m reclama e murmura: “E todos os filhos de Israel murmuraram contra Mois\u00e9s e (…) [disseram]: Antes tiv\u00e9ssemos morrido na terra do Egito!” (N\u00fameros 14:2<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 12. Achar faltas e ficar zangado:<\/strong> Esses dois est\u00e3o intimamente associados, conforme descrito por N\u00e9fi: “E aconteceu que Lam\u00e3 se enfureceu comigo e tamb\u00e9m com meu pai; e tamb\u00e9m Lemuel” (<\/a>1 <\/a>N\u00e9fi<\/a> 3:28<\/a>)<\/a>.<\/p>\n\n\n\n 13. Exigir direitos e privil\u00e9gios:<\/strong> “N\u00e3o admitiremos que nosso irm\u00e3o mais jovem nos governe. E aconteceu que Lam\u00e3 e Lemuel me seguraram e ataram-me com cordas e trataram-me rudemente” (<\/a>1 <\/a>N\u00e9fi<\/a> 18:10-11<\/a>)<\/a>.<\/p>\n\n\n\n 14. Duvidar, perder a esperan\u00e7a, parar e desistir:<\/strong> “Nosso irm\u00e3o \u00e9 um tolo (…). Pois n\u00e3o acreditavam que eu pudesse construir um navio” (1 N\u00e9fi 17:17\u201318<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 15. Sentir pena de si mesmo e ter a mentalidade de v\u00edtima:<\/strong> “Eis que temos padecido durante todos estes anos no deserto, quando poder\u00edamos ter usufru\u00eddo nossos bens e a terra de nossa heran\u00e7a; sim, e poder\u00edamos ter sido felizes” (<\/a>1 <\/a>N\u00e9fi<\/a> 17:21<\/a>)<\/a>.<\/p>\n\n\n\n 16. Ser indeciso ou estar em um estupor espiritual:<\/strong> A ironia com a indecis\u00e3o \u00e9 que, se voc\u00ea n\u00e3o tomar uma decis\u00e3o a tempo, o tempo tomar\u00e1 uma decis\u00e3o por voc\u00ea.<\/p>\n\n\n\n 17. Procrastinar:<\/strong> A procrastina\u00e7\u00e3o \u00e9 um g\u00eameo da indecis\u00e3o. “Mas eis que vossos dias de prova\u00e7\u00e3o se passaram; procrastinastes o dia de vossa salva\u00e7\u00e3o at\u00e9 que se tornou, para sempre, demasiado tarde” (Helam\u00e3 13:38<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 18. Deixar-se dominar pelo medo<\/strong> Esse tamb\u00e9m est\u00e1 relacionado a esconder-se: “E atemorizado, escondi na terra o teu talento (…). Respondendo, por\u00e9m, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; (Mateus 25:25\u201326<\/a>).<\/p>\n\n\n\n 19. Facilitar:<\/strong> Um exemplo de facilitar ou ajudar os outros a evitar a responsabilidade \u00e9 o caso em que Eli deixou de disciplinar seus filhos por seus graves pecados e foi repreendido pelo Senhor. “Por que desprezais o meu sacrif\u00edcio (…) e honras teus filhos mais do que a mim (…)?” (1 Samuel 2:29<\/a>; ver tamb\u00e9m os vers\u00edculos 22\u201336).<\/p>\n\n\n\n Ao pensarem nessa lista com Lam\u00e3 e Lemuel em mente, voc\u00eas ver\u00e3o que eles eram culpados de quase tudo na lista. Foi essa lista que levou Lam\u00e3 e Lemuel \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o. \u00c9 uma lista extremamente perigosa.<\/p>\n\n\n\n Ao lermos 1 N\u00e9fi e 2 N\u00e9fi, podemos apenas tentar imaginar como foi dif\u00edcil para a fam\u00edlia de Le\u00ed deixar seu lar, obter as placas de lat\u00e3o, acampar no deserto por oito anos e construir um grande navio para atravessar o mar. A responsabilidade que a fam\u00edlia enfrentou foi realmente formid\u00e1vel. No entanto, por mais dif\u00edcil que seja uma responsabilidade, “dificuldade \u00e9 a desculpa que a hist\u00f3ria nunca aceita”,3<\/sup> como \u00e9 claramente ilustrado no caso de Lam\u00e3 e Lemuel.<\/p>\n\n\n\n Situa\u00e7\u00f5es dif\u00edceis s\u00e3o o teste da nossa f\u00e9, para ver se iremos avante com um cora\u00e7\u00e3o crente (ver D&C 64:34<\/a>) ou um cora\u00e7\u00e3o duvidoso (ver D&C 58:29<\/a>). Uma situa\u00e7\u00e3o dif\u00edcil revela o car\u00e1ter de uma pessoa e, ou o fortalece, como foi com N\u00e9fi, ou o enfraquece e corrompe, como foi com Lam\u00e3 e Lemuel, que representam o que significa ser irrespons\u00e1vel (ver Alma 62:41<\/a>).<\/p>\n\n\n\n \u00c9 importante reconhecer que desculpas nunca ir\u00e3o gerar resultados. No caso de Lam\u00e3 e Lemuel, todas as desculpas do mundo nunca poderiam ajudar a obter as placas de lat\u00e3o. O motivo pelo qual N\u00e9fi obteve as placas, e Lam\u00e3 e Lemuel n\u00e3o, foi porque N\u00e9fi nunca recorreu \u00e0 lista da anti-responsabilidade. Ele era um campe\u00e3o, e os campe\u00f5es n\u00e3o recorrem a essa lista. Como declarou o \u00c9lder David B. Haight, do Qu\u00f3rum dos Doze Ap\u00f3stolos: “Um homem determinado d\u00e1 um jeito; o outro homem d\u00e1 uma desculpa”.4<\/sup><\/p>\n\n\n\n Se a lista da anti-responsabilidade \u00e9 t\u00e3o perigosa, por que tantas pessoas recorrem a ela frequentemente? Porque o homem natural \u00e9 irrespons\u00e1vel por natureza, ele vai para a lista como um mecanismo de defesa para evitar vergonha e constrangimento, estresse e ansiedade, e a dor e as consequ\u00eancias negativas dos erros e do pecado. Em vez de se arrepender para eliminar a culpa, ele a encobre com desculpas. Isso lhe d\u00e1 uma falsa sensa\u00e7\u00e3o de que a culpa \u00e9 do ambiente em que est\u00e1 ou de outra pessoa, e, portanto, ele n\u00e3o tem necessidade de se arrepender.<\/p>\n\n\n\n A lista da anti-responsabilidade tamb\u00e9m poderia ser chamada de lista anti-f\u00e9, porque ela interrompe completamente o progresso. Quando Satan\u00e1s tenta uma pessoa a evitar a responsabilidade, essa pessoa sutilmente entrega seu livre arb\u00edtrio porque ela n\u00e3o est\u00e1 mais no controle ou “agindo por si mesma”. Em vez disso, ela se torna um objeto que recebe a a\u00e7\u00e3o, e Satan\u00e1s astutamente come\u00e7a a controlar sua vida.<\/p>\n\n\n\n \u00c9 importante notar que, ocasionalmente, todos falham em suas tentativas de ter sucesso, assim como N\u00e9fi fez com seus irm\u00e3os em suas duas primeiras viagens a Jerusal\u00e9m quando tentaram obter as placas. Mas aqueles que s\u00e3o valentes aceitam a responsabilidade por seus erros e pecados. Eles se arrependem, se levantam e continuam a seguir em frente com f\u00e9. Eles podem dar uma explica\u00e7\u00e3o ou um motivo para sua falta de sucesso, mas n\u00e3o uma desculpa.<\/p>\n\n\n\n \u00c0 primeira vista, pode parecer que Ad\u00e3o estava culpando Eva quando disse: “A mulher que me deste”. No entanto, quando Ad\u00e3o acrescentou posteriormente “e eu comi”, nos foi dado a entender que ele aceitou a responsabilidade por suas a\u00e7\u00f5es e estava dando um motivo, n\u00e3o culpando Eva. Eva, por sua vez, tamb\u00e9m disse: “E eu comi” (Mois\u00e9s 4:18\u201319<\/a>; ver tamb\u00e9m os vers\u00edculos 17\u201320; <\/a>5:10\u201311<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Recorrer \u00e0 lista da anti-responsabilidade \u00e9 um ato de autotrai\u00e7\u00e3o. \u00c9 desistir de si mesmo e, \u00e0s vezes, das outras pessoas. Ao compartilhar as hist\u00f3rias a seguir, espero que observem como \u00e9 que ir para a lista da anti-responsabilidade \u00e9 nocivo, mesmo se voc\u00eas estiverem certos<\/em>.<\/p>\n\n\n\n Em 1983, alguns parceiros e eu abrimos uma nova empresa que dava semin\u00e1rios de administra\u00e7\u00e3o de tempo e criava e vendia agendas.<\/p>\n\n\n\n Para os semin\u00e1rios empresariais, mand\u00e1vamos nossos consultores para a sede do cliente, onde eles ensinavam nas instala\u00e7\u00f5es de treinamento da empresa. Antes do semin\u00e1rio, dois funcion\u00e1rios de nosso centro de distribui\u00e7\u00e3o preparavam e enviavam v\u00e1rias caixas de materiais de treinamento, como agendas, fich\u00e1rios e formul\u00e1rios. Tamb\u00e9m inclu\u00edam um guia de semin\u00e1rio para os participantes, com cerca de cem p\u00e1ginas com cita\u00e7\u00f5es, espa\u00e7o para anota\u00e7\u00f5es, gr\u00e1ficos e ilustra\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n Os dois funcion\u00e1rios do centro de distribui\u00e7\u00e3o normalmente mandavam o material do semin\u00e1rio dez dias antes do evento. Na \u00e9poca em que isso aconteceu, est\u00e1vamos dando cerca de 250 semin\u00e1rios por m\u00eas. Com tantos envios, esses dois funcion\u00e1rios frequentemente cometiam erros, como n\u00e3o enviar quantidades suficientes, omitir certos materiais ou n\u00e3o enviar a tempo. Isso se tornou uma frustra\u00e7\u00e3o irritante e muitas vezes constrangedora para os consultores.<\/p>\n\n\n\n Quando esses problemas ocorriam, a divis\u00e3o de semin\u00e1rios registrava uma reclama\u00e7\u00e3o comigo, j\u00e1 que eu estava encarregado do centro de distribui\u00e7\u00e3o. Quando eu falava com esses dois funcion\u00e1rios sobre seus erros e poss\u00edveis melhorias no sistema, eles nunca queriam aceitar a responsabilidade pelos erros. Eles culpavam os outros, dizendo coisas como: “N\u00e3o foi nossa culpa. Foi a divis\u00e3o do semin\u00e1rio que preencheu errado o formul\u00e1rio de Solicita\u00e7\u00e3o de Materiais para o Semin\u00e1rio e mandamos o material exatamente de acordo com as especifica\u00e7\u00f5es que eles nos deram. O erro foi deles. Voc\u00ea n\u00e3o pode p\u00f4r a culpa em n\u00f3s!” Ou eles diziam: “Enviamos a tempo, mas foi a empresa de transporte que atrasou a entrega. Voc\u00ea n\u00e3o pode p\u00f4r a culpa em n\u00f3s!” Outra desculpa era: “A subsidi\u00e1ria dos fich\u00e1rios empacotou os kits individuais com erros, e n\u00f3s os encaminhamos como os recebemos. O erro foi deles”. Parecia que esses dois funcion\u00e1rios nunca eram respons\u00e1veis pelos erros, por isso os erros persistiam.<\/p>\n\n\n\n Ent\u00e3o, uma coisa cr\u00edtica aconteceu. A diretora de treinamento de uma grande empresa multinacional participou de um de nossos semin\u00e1rios e ficou t\u00e3o entusiasmada que nos convidou a dar um semin\u00e1rio piloto para uns 50 executivos de sua empresa. No dia do semin\u00e1rio, nosso consultor veio e abriu as caixas de materiais e descobriu que os guias do semin\u00e1rio estavam faltando. Sem os guias, como os participantes acompanhariam e tomariam notas? O diretor de treinamento entrou em p\u00e2nico. Nosso consultor fez o melhor que p\u00f4de para certificar-se de que cada participante recebesse um bloco de notas para fazer anota\u00e7\u00f5es durante o dia, e o semin\u00e1rio foi razoavelmente bem, mesmo sem os guias.<\/p>\n\n\n\n Extremamente envergonhada e irada, a diretora de treinamento ligou para nossa divis\u00e3o do semin\u00e1rio e disse: “Voc\u00eas nunca v\u00e3o ensinar aqui de novo! Como foi que voc\u00eas cometeram um erro t\u00e3o constrangedor e indesculp\u00e1vel com nosso semin\u00e1rio piloto?”<\/p>\n\n\n\n Um vice-presidente s\u00eanior aborrecido da nossa divis\u00e3o me ligou e disse: “Esta foi a \u00faltima gota. Estamos prestes a perder uma conta de um milh\u00e3o de d\u00f3lares por causa dos erros feitos pelo centro de distribui\u00e7\u00e3o. Simplesmente n\u00e3o podemos tolerar mais erros!”<\/p>\n\n\n\n Como um dos donos da empresa, eu tamb\u00e9m n\u00e3o podia tolerar esses erros. Ao mesmo tempo, eu n\u00e3o queria ver aqueles dois funcion\u00e1rios demitidos. Ap\u00f3s refletir sobre poss\u00edveis solu\u00e7\u00f5es, decidi implementar um sistema de incentivo para motivar esses dois homens a serem mais cuidadosos. Para cada semin\u00e1rio enviado corretamente, eles receberiam um d\u00f3lar adicional, com a possibilidade de conseguir 250 d\u00f3lares extra a cada m\u00eas \u2014 o que deveria ser o suficiente para fazer com que eles concentrassem a aten\u00e7\u00e3o na qualidade. No entanto, se eles fizessem um erro, uma penalidade de um d\u00f3lar n\u00e3o seria uma grande perda. Decidi, portanto, incluir dois b\u00f4nus de 100 d\u00f3lares se n\u00e3o houvesse nenhum erro. Se cometessem um erro, eles n\u00e3o s\u00f3 perderiam um d\u00f3lar, mas tamb\u00e9m o primeiro b\u00f4nus de 100 d\u00f3lares. Se eles fizessem um segundo erro, perderiam o segundo b\u00f4nus de 100 d\u00f3lares.<\/p>\n\n\n\n Eu tamb\u00e9m disse a esses funcion\u00e1rios: “Se houver um erro, voc\u00eas v\u00e3o perder o b\u00f4nus, independentemente de onde venha esse erro. Voc\u00eas s\u00e3o 100% respons\u00e1veis por esse envio”.<\/p>\n\n\n\n “O qu\u00ea? Mas isso n\u00e3o \u00e9 justo”, responderam eles. “E se a divis\u00e3o preencher errado o formul\u00e1rio de Solicita\u00e7\u00e3o de Materiais do Semin\u00e1rio e, sem querer, enviarmos o envio com seus <\/em>erros?”<\/p>\n\n\n\n Eu disse: “Ent\u00e3o voc\u00eas perder\u00e3o o b\u00f4nus. Voc\u00eas s\u00e3o 100% respons\u00e1veis pelo envio desse material.”<\/p>\n\n\n\n “Mas isso n\u00e3o \u00e9 justo! E se enviarmos o material no prazo, mas a empresa de transporte o entregar atrasado?”<\/p>\n\n\n\n “Voc\u00eas perder\u00e3o o b\u00f4nus. Voc\u00eas s\u00e3o 100% respons\u00e1veis.”<\/p>\n\n\n\n “Mas isso n\u00e3o \u00e9 justo! E se a subsidi\u00e1ria dos fich\u00e1rios cometer erros ao pr\u00e9-embalar os kits individuais? Voc\u00ea n\u00e3o pode p\u00f4r a culpa em n\u00f3s pelos erros deles!”<\/p>\n\n\n\n “Voc\u00eas perder\u00e3o o b\u00f4nus”, respondi mais uma vez. “Voc\u00eas s\u00e3o 100% respons\u00e1veis pelo sucesso desse envio. Entenderam?”<\/p>\n\n\n\n “Isso n\u00e3o \u00e9 justo!!”<\/p>\n\n\n\n “Bem, pode n\u00e3o parecer justo, mas a vida \u00e9 assim. Voc\u00eas perder\u00e3o o b\u00f4nus”.<\/p>\n\n\n\n O que fiz foi eliminar a lista da anti-responsabilidade como uma op\u00e7\u00e3o para eles. Eles agora entenderam que n\u00e3o podiam mais culpar os outros, dar desculpas ou justificar os erros \u2014 mesmo quando tivessem raz\u00e3o e a culpa fosse de outra pessoa!<\/p>\n\n\n\n O que aconteceu em seguida foi fascinante de se observar. Quando recebiam um pedido da divis\u00e3o do semin\u00e1rio, eles ligavam para a divis\u00e3o do semin\u00e1rio para examinar o formul\u00e1rio, item por item. Eles assumiam a responsabilidade de corrigir quaisquer erros cometidos pela divis\u00e3o do semin\u00e1rio. Eles come\u00e7aram a ler os documentos da empresa de transporte para certificar-se de que a data correta de entrega havia sido digitada. Eles come\u00e7aram a marcar as caixas de papel\u00e3o “um de sete”, “dois de sete”, etc., com o conte\u00fado de cada caixa escrito no exterior. Eles come\u00e7aram a mandar os materiais tr\u00eas ou quatro dias antes do que tinham feito na rotina anterior. Alguns dias antes do semin\u00e1rio, eles ligavam para a empresa cliente para verificar o recebimento do envio e do material. Se de alguma forma tivessem omitido algum material, eles tinham tr\u00eas ou quatro dias a mais para enviar os itens que faltavam por meio de envio expresso. Os erros finalmente deixaram de acontecer, e os funcion\u00e1rios come\u00e7aram a ganhar o b\u00f4nus m\u00eas ap\u00f3s m\u00eas. Foi uma experi\u00eancia transformadora para eles aprenderem o poder, o controle e a recompensa por serem 100% respons\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n O que esses dois funcion\u00e1rios aprenderam \u00e9 que, quando culpavam outra pessoa, estavam entregando o controle do sucesso do envio para outras pessoas \u2014 como a outra divis\u00e3o ou a empresa de transporte. Aprenderam que as desculpas os impediam de assumir o controle da vida. Aprenderam que \u00e9 autodestrutivo culpar os outros, inventar desculpas ou justificar erros \u2014 mesmo quando se tem raz\u00e3o! No momento em que voc\u00eas fizerem qualquer uma dessas coisas autodestrutivas, perder\u00e3o o controle sobre os resultados positivos que est\u00e3o buscando na vida.<\/p>\n\n\n\n Gostaria de citar a experi\u00eancia de uma jovem esposa:<\/p>\n\n\n\n Como qualquer casal, meu marido e eu tivemos algumas desaven\u00e7as durante nosso casamento. Mas um incidente permanece vivo em minha mente. N\u00e3o me lembro mais a raz\u00e3o da nossa desaven\u00e7a, mas paramos de nos falar, e lembro-me de sentir que tudo era culpa do meu marido. Achava que eu n\u00e3o havia feito nada que me levasse a pedir desculpas.<\/em><\/p>\n\n\n\n Durante o dia, fiquei esperando que meu marido pedisse desculpas. Com certeza ele veria o quanto estava errado. Deveria ser claro o quanto ele tinha ferido meus sentimentos. Senti que eu tinha que me defender; era uma quest\u00e3o de honra.<\/em><\/p>\n\n\n\n Ao anoitecer, comecei a perceber que estava esperando em v\u00e3o, por isso me dirigi ao Senhor em ora\u00e7\u00e3o. Orei para que meu marido percebesse o que tinha feito e como aquilo estava afetando o nosso casamento. Orei para que ele fosse inspirado a se desculpar para que pud\u00e9ssemos encerrar a nossa desaven\u00e7a.<\/em><\/p>\n\n\n\n Enquanto orava, tive a forte impress\u00e3o de que eu deveria pedir desculpas ao meu marido. Fiquei um pouco chocada com esse sentimento e imediatamente expressei, na ora\u00e7\u00e3o, que eu n\u00e3o havia feito nada de errado e, portanto, n\u00e3o deveria ser eu pedindo desculpas. Um pensamento surgiu com for\u00e7a em minha mente: “Voc\u00ea quer ter raz\u00e3o ou quer estar casada?”<\/em><\/p>\n\n\n\n Ao refletir sobre essa pergunta, percebi que poderia me apegar ao orgulho e n\u00e3o desistir at\u00e9 que ele se desculpasse, mas quanto tempo isso levaria? Dias? Sentia-me p\u00e9ssima por n\u00e3o estarmos nos falando. Compreendi que, mesmo que esse incidente em si n\u00e3o fosse o fim de nosso casamento, com o passar dos anos, o fato de ser sempre irredut\u00edvel poderia causar s\u00e9rios danos \u00e0 uni\u00e3o. Decidi que era mais importante ter um casamento feliz e amoroso do que manter meu orgulho intacto por causa de algo que mais tarde poderia parecer banal.<\/em><\/p>\n\n\n\n Fui falar com meu marido e pedi desculpas por t\u00ea-lo deixado triste. Ele tamb\u00e9m se desculpou, e logo ficamos felizes e amorosamente unidos de novo.<\/em><\/p>\n\n\n\n Desde esse incidente, houve ocasi\u00f5es em que precisei me perguntar novamente: “Voc\u00ea quer ter raz\u00e3o ou quer estar casada?” Como sou grata pela grande li\u00e7\u00e3o que aprendi na primeira vez que me deparei com aquela pergunta! Ela sempre me ajuda a redirecionar minha perspectiva e colocar meu marido e meu casamento antes do meu orgulho.<\/em>5<\/sup><\/p>\n\n\n\n Na hist\u00f3ria, essa irm\u00e3 aprendeu que, mesmo que ela estivesse certa e fosse culpa do marido, culp\u00e1-lo era prejudicial, fazendo com que ela perdesse o controle sobre resultados positivos. Ela tamb\u00e9m descobriu que h\u00e1 poder e controle na express\u00e3o “me desculpe” quando \u00e9 usada com amor n\u00e3o fingido e com empatia \u2014 n\u00e3o apenas para inventar desculpas e explica\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n Em um casamento, uma atitude de 50% em ambas as partes pode parecer l\u00f3gica, mas apenas uma atitude de 100% em ambas as partes fecha a porta da lista da anti-responsabilidade. Uma li\u00e7\u00e3o final que essa irm\u00e3 aprendeu \u00e9 que n\u00e3o podemos controlar o arb\u00edtrio de outra pessoa \u2014 apenas o nosso pr\u00f3prio.<\/p>\n\n\n\n Certa vez, uma m\u00e3e amorosa deu um conselho s\u00e1bio \u00e0 sua filha, que estava tendo dificuldades no casamento. Ela fez com que a filha desenhasse uma linha vertical no meio de uma folha de papel e anotasse no lado esquerdo todas as coisas que seu marido fazia que a incomodava. Ent\u00e3o, do lado direito, ela teve que escrever como responderia a cada ofensa. A m\u00e3e ent\u00e3o fez com que ela cortasse o papel ao meio, separando as duas listas.<\/p>\n\n\n\n “Agora jogue o papel com os defeitos do seu marido no lixo. Se deseja ser feliz e aprimorar seu casamento, deixe de se concentrar nos erros do seu marido e volte sua aten\u00e7\u00e3o para o seu pr\u00f3prio comportamento. Examine a maneira como voc\u00ea est\u00e1 reagindo \u00e0s coisas que lhe incomodam e veja se consegue reagir de modo diferente e com mais positividade.”<\/p>\n\n\n\n Essa m\u00e3e compreendia o poder e a sabedoria de ser 100% respons\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n \u00c9 claro que o Salvador foi a pessoa mais respons\u00e1vel na hist\u00f3ria do mundo. Ele \u00e9 o maior exemplo. Mesmo em Seus momentos de dor e ang\u00fastia excruciantes, Ele n\u00e3o demonstrou autopiedade, um dos itens problem\u00e1ticos da lista. Ele estava sempre pensando nos outros com Seu cuidado e preocupa\u00e7\u00e3o altru\u00edsta \u2014 restaurando a orelha de um soldado no Gets\u00eamani e, mais tarde, na cruz, orando por aqueles que O haviam maltratado \u2014 em cumprimento de Seu pr\u00f3prio mandamento para faz\u00ea-lo: “Pai, perdoa-lhes, porque n\u00e3o sabem o que fazem” (Lucas 23:34<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Quanto mais formos como Jesus Cristo, menor ser\u00e1 a probabilidade de julgarmos injustamente, de desistirmos de algu\u00e9m ou de abandonarmos uma causa digna. Mesmo que \u00e0s vezes desistamos de n\u00f3s mesmos, o Salvador nunca desiste de n\u00f3s, porque Ele \u00e9 perfeito em Sua paci\u00eancia long\u00e2nima: “Apesar de seus pecados, minhas entranhas est\u00e3o cheias de compaix\u00e3o por eles” (D&C 101:9<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Jesus Cristo n\u00e3o veio para encontrar falhas, criticar ou culpar. Ele veio para edificar, fortalecer e salvar (ver Lucas 9:56<\/a>). No entanto, Sua compaix\u00e3o n\u00e3o anula Sua expectativa de que sejamos plenamente respons\u00e1veis e nunca tentemos minimizar ou justificar o pecado. “Pois eu, o Senhor, n\u00e3o posso encarar o pecado com o m\u00ednimo grau de toler\u00e2ncia” (D&C 1:31<\/a>; ver tamb\u00e9m Alma 45:16<\/a>). Se o Senhor n\u00e3o pode encarar o pecado nem sequer no m\u00ednimo<\/em> grau de toler\u00e2ncia, qual lei do evangelho exige completa e plena responsabilidade pelo pecado?<\/p>\n\n\n\n Essa seria a lei da justi\u00e7a. “Acaso sup\u00f5es que a miseric\u00f3rdia possa roubar a justi\u00e7a? Afirmo-te que n\u00e3o; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus (Alma 42:25<\/a>; ver tamb\u00e9m o vers\u00edculo 24). N\u00e3o no “m\u00ednimo grau” e “de modo algum” s\u00e3o outras maneiras de dizer que Deus considera Seus filhos 100% respons\u00e1veis pelo uso de seu arb\u00edtrio. O perigo da lista da anti-responsabilidade consiste no fato de que ela cega suas v\u00edtimas para a necessidade do arrependimento. Lam\u00e3 e Lemuel, por exemplo, n\u00e3o viam a necessidade de se arrepender porque tudo era culpa de N\u00e9fi. “Se n\u00e3o \u00e9 minha culpa, por que devo me arrepender?” O cego nem sequer pode dar o primeiro passo no processo de arrependimento, que \u00e9 reconhecer a necessidade do arrependimento.<\/p>\n\n\n\n Alma compreendia muito bem como \u00e9 que as desculpas nos impedem de nos arrepender, como descobrimos neste vers\u00edculo em que ele aconselhou seu filho rebelde, Cori\u00e2nton:<\/p>\n\n\n\n Acaso sup\u00f5es que a miseric\u00f3rdia possa roubar a justi\u00e7a? Afirmo-te que n\u00e3o; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus <\/em>(…).<\/p>\n\n\n\n Oh! meu filho, desejo que n\u00e3o negues mais a justi\u00e7a<\/strong> de Deus. N\u00e3o procures, mesmo nas m\u00ednimas coisas, desculpar-te de teus pecados, negando a justi\u00e7a <\/strong>de Deus: mas deixa que a justi\u00e7a de Deus e sua miseric\u00f3rdia e sua longanimidade governem plenamente teu cora\u00e7\u00e3o; e deixa que te humilhem at\u00e9 o p\u00f3. <\/em>[Alma 42:25<\/a>, 30]<\/p>\n\n\n\n Como aprendemos com esse vers\u00edculo, aqueles que usam desculpas est\u00e3o “negando a justi\u00e7a” \u2014 o princ\u00edpio de Neor \u2014 e acreditam que a lei da justi\u00e7a n\u00e3o se aplica a eles. Alma estava implorando a seu filho que n\u00e3o recorresse \u00e0 lista. “N\u00e3o procures, mesmo nas m\u00ednimas coisas, desculpar-te<\/em>“. Ele estava ensinando seu filho a ser 100% respons\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n Negar a justi\u00e7a de Deus \u2014 ou dizer que n\u00e3o somos respons\u00e1veis pelo pecado \u2014 significa tamb\u00e9m negar Sua justifica\u00e7\u00e3o no perd\u00e3o desse pecado: “O Senhor certamente viria para redimir seu povo; (…) n\u00e3o viria, por\u00e9m, redimi-los em<\/em> seus pecados, mas redimi-los de<\/em> seus pecados. (Helam\u00e3 5:10<\/a>; grifo do autor<\/a>)<\/a>.<\/p>\n\n\n\n Duas maneiras de negar a justi\u00e7a do Senhor<\/p>\n\n\n\n Satan\u00e1s \u00e9 capaz de dividir os princ\u00edpios complementares de miseric\u00f3rdia e justi\u00e7a quando uma pessoa sucumbe \u00e0 tenta\u00e7\u00e3o de negar a justi\u00e7a do Senhor. Negar a justi\u00e7a do Senhor vem de pelo menos duas formas. A primeira, que j\u00e1 mencionei, \u00e9 negar a lei da justi\u00e7a em rela\u00e7\u00e3o aos pr\u00f3prios pecados, algo que tanto Corior quanto Neor defenderam. A segunda nega\u00e7\u00e3o que \u00e9 igualmente prejudicial \u00e9 n\u00e3o confiar na justi\u00e7a do Senhor ou em Sua sabedoria ao lidar com as injusti\u00e7as que outras pessoas cometeram contra n\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n No filme baseado no cl\u00e1ssico magistralmente escrito, O Conde de Monte Cristo,<\/em> de Alexandre Dumas, Edmund Dant\u00e8s, o protagonista, \u00e9 um homem honesto e amoroso que se torna vingativo depois que tr\u00eas homens invejosos prestam falso testemunho contra ele e o incriminam em uma conspira\u00e7\u00e3o. Quando um promotor p\u00fablico corrupto se torna c\u00famplice, Dant\u00e8s \u00e9 preso exatamente no dia em que se casaria com sua bela noiva, Merc\u00e9d\u00e8s. Aos dezenove anos, ele \u00e9 condenado \u00e0 pris\u00e3o perp\u00e9tua na infame ilha-pris\u00e3o de Chateau d\u2019If por um crime que n\u00e3o cometeu.<\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s muitos anos angustiantes em confinamento solit\u00e1rio, ele finalmente encontra outro prisioneiro, o idoso Abb\u00e9 Faria, que em sua busca por liberdade calculou mal e escavou seu caminho at\u00e9 a cela de Edmond, em vez de uma parede externa que o levaria para a liberdade. Com um t\u00fanel agora conectando suas celas e nada mais que tempo livre, Faria come\u00e7a a ensinar a Dant\u00e8s hist\u00f3ria, ci\u00eancia, filosofia e l\u00ednguas, transformando-o em um homem bem instru\u00eddo. Faria tamb\u00e9m lega a Dant\u00e8s um tesouro de imensa riqueza escondido na ilha desabitada de Monte Cristo e lhe diz como encontr\u00e1-lo, caso ele consiga escapar.<\/p>\n\n\n\n Sabendo que a vingan\u00e7a poderia consumir e destruir Dant\u00e8s, Abb\u00e9 Faria ensina-lhe uma li\u00e7\u00e3o final antes de morrer. A li\u00e7\u00e3o \u00e9 n\u00e3o negar a justi\u00e7a do Senhor.<\/p>\n\n\n\n Abb\u00e9 Faria diz: “N\u00e3o cometa o crime pelo qual voc\u00ea agora cumpre a senten\u00e7a. Deus disse: ‘A vingan\u00e7a \u00e9 minha’.”<\/p>\n\n\n\n Dant\u00e8s responde: “N\u00e3o acredito em Deus”.<\/p>\n\n\n\n Abb\u00e9 Faria ent\u00e3o diz: “N\u00e3o importa. Ele acredita em voc\u00ea”.6<\/sup><\/p>\n\n\n\n Dant\u00e8s continua sem ser convencido. Ap\u00f3s a morte de Faria, Dant\u00e8s elabora um plano astuto ao esconder-se no sud\u00e1rio mortu\u00e1rio de Faria e finalmente consegue escapar de seus quatorze anos de tormento no Chateau d\u2019If. Depois de obter o tesouro, ele se torna extremamente rico e assume uma nova identidade como o Conde de Monte Cristo.<\/p>\n\n\n\n Para os homens maus que conspiraram contra ele, ele cria um plano detalhado de vingan\u00e7a com um castigo doloroso e prolongado \u2014 uma justa recompensa pelos quatorze anos em que ele mal sobreviveu na masmorra para a qual o haviam enviado injustamente.<\/p>\n\n\n\n Com precis\u00e3o, Dant\u00e8s estabelece seu plano, e seus inimigos sofrem o castigo que ele cuidadosamente elaborou para cada um deles.<\/p>\n\n\n\n Quando lemos o livro ou assistimos ao filme O Conde de Monte Cristo,<\/em> h\u00e1 algo em n\u00f3s que quer ver a justi\u00e7a ser feita contra aqueles homens cru\u00e9is e conspiradores que infligiram tanta dor a um homem inocente. H\u00e1 um senso de justi\u00e7a e um desejo em cada um de n\u00f3s de que o bem deve prevalecer sobre o mal, que o que foi perdido deve ser restaurado e que cora\u00e7\u00f5es quebrados devem ser consertados. At\u00e9 que essas coisas aconte\u00e7am, h\u00e1 uma lacuna de injusti\u00e7a que \u00e9 dif\u00edcil para n\u00f3s reconciliar em nossa mente e ainda mais em nosso cora\u00e7\u00e3o \u2014 deixando-nos perturbados e com dificuldade de seguir em frente.<\/p>\n\n\n\n As pessoas tentam reconciliar essa lacuna de injusti\u00e7a de muitas maneiras: buscando vingan\u00e7a, justificando sua raiva e amargura, ou buscando repara\u00e7\u00e3o legal e consequ\u00eancias impostas. No final, descobrimos que a maneira do Senhor \u00e9 a \u00fanica maneira de reconcilia\u00e7\u00e3o verdadeira e completa.<\/p>\n\n\n\n O erro de Dant\u00e8s n\u00e3o foi necessariamente buscar repara\u00e7\u00e3o e justi\u00e7a de acordo com a lei do pa\u00eds e trazer \u00e0 luz fatos desonestos com as devidas penalidades para os culpados, mas, sim, foi deixar que seu desejo de justi\u00e7a se transformasse em \u00f3dio, raiva, autopiedade, autojustifica\u00e7\u00e3o e outros comportamentos incapacitantes da lista da anti-responsabilidade. Ele essencialmente desceu ao n\u00edvel de impiedade de seus inimigos e usou de falsidades, mentiras e fraudes para aprision\u00e1-los \u2014 todas fora do processo legal \u2014 assim como eles haviam feito com ele e assim como Abb\u00e9 Faria havia profetizado.<\/p>\n\n\n\n Ao confiar na lei de Mois\u00e9s \u2014 olho por olho e dente por dente \u2014 em vez de confiar na lei do evangelho, incluindo perdoar e orar por seus inimigos, Dant\u00e8s imp\u00f4s uma senten\u00e7a de vida de mis\u00e9ria e amargura sobre si mesmo. Ao negar a justi\u00e7a do Senhor para os outros, ele involuntariamente negou a miseric\u00f3rdia do Senhor para com ele, e escolheu cumprir a senten\u00e7a que Jesus Cristo j\u00e1 havia cumprido em seu favor. Isso o privou de uma vida de felicidade que poderia ter sido sua, se n\u00e3o fosse o desejo de vingan\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n Ter f\u00e9 em Jesus Cristo \u00e9 confiar que, gra\u00e7as a Seu sacrif\u00edcio expiat\u00f3rio, Ele corrigir\u00e1 todas as injusti\u00e7as, restaurar\u00e1 todas as coisas perdidas e consertar\u00e1 todas as coisas quebradas, inclusive cora\u00e7\u00f5es. Ele retificar\u00e1 tudo, sem esquecer nenhum detalhe. Portanto, “dev\u00edeis dizer em vosso cora\u00e7\u00e3o: Que julgue Deus entre mim e ti e te recompense de acordo com teus feitos” (D&C 64:11<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Assim como Edmund Dant\u00e8s, muitas v\u00edtimas foram t\u00e3o cruelmente feridas, como em casos de abuso, sem aparente justi\u00e7a, e elas sentiram que o Senhor estava exigindo o imposs\u00edvel pedindo-lhes que perdoassem.<\/p>\n\n\n\n Por mais dif\u00edcil que seja perdoar em tais situa\u00e7\u00f5es, n\u00e3o<\/em> perdoar \u00e9 ainda mais dif\u00edcil a longo prazo porque coloca uma pessoa na lista incapacitante da anti-responsabilidade. N\u00e3o perdoar \u00e9 sin\u00f4nimo de culpar, zangar-se, autojustificar-se e sentir pena por si mesmo \u2014 todos os quais est\u00e3o na lista. Quando Satan\u00e1s consegue aproveitar-se de qualquer uma dessas emo\u00e7\u00f5es negativas, ele come\u00e7a a exercer controle sobre a vida de uma pessoa.<\/p>\n\n\n\n Um dos momentos mais dif\u00edceis de perdoar \u00e9 no caso de abuso conjugal, com toda sua ang\u00fastia, dor da trai\u00e7\u00e3o e crueldade. H\u00e1 um padr\u00e3o interessante e comum em casos de abuso: o agressor quase sempre culpa a v\u00edtima, assim como Lam\u00e3 e Lemuel culparam N\u00e9fi pelo abuso que lhe infligiram. O Senhor advertiu N\u00e9fi a separar sua fam\u00edlia de seus irm\u00e3os e suas inten\u00e7\u00f5es in\u00edquas para que ele pudesse proteger a si mesmo e a sua fam\u00edlia (ver <\/a>2 N\u00e9fi 5:1\u20137<\/a>). Vamos supor que uma mulher que tenha sido cruelmente maltratada recebe revela\u00e7\u00e3o semelhante e se separa de seu marido extremamente abusivo.<\/p>\n\n\n\n Embora a mulher maltratada agora esteja livre do ambiente abusivo, ela, por\u00e9m, tem dificuldade para perdoar o marido pela crueldade. Parece injusto pedir-lhe que perdoe sua brutalidade quando ele parece impenitente. N\u00e3o parece justo que ela, a inocente, esteja sofrendo enquanto ele, o culpado, parece sair impune. Ser\u00e1 que h\u00e1 paz sem justi\u00e7a?<\/p>\n\n\n\n Assim como foi com Edmond Dant\u00e8s, enquanto a esposa v\u00edtima de abuso n\u00e3o aprender a perdoar, ela estar\u00e1 negando ou duvidando da justi\u00e7a de Deus e de Sua habilidade de julgar com sabedoria.<\/p>\n\n\n\n A justi\u00e7a \u00e9 uma lei eterna que exige uma penalidade toda vez que uma lei de Deus \u00e9 violada (<\/em>Alma 42:13\u201324<\/em><\/a>). O pecador deve pagar a penalidade se n\u00e3o se arrepender (<\/em>Mosias 2:38\u201339<\/em><\/a>; <\/em>D&C 19:17<\/em><\/a>). Se ele se arrepender, o Salvador pagar\u00e1 a penalidade por meio da Expia\u00e7\u00e3o, invocando a miseric\u00f3rdia<\/em> (Alma 34:16<\/em><\/a>).<\/em>7<\/sup><\/p>\n\n\n\n Se o ex-marido n\u00e3o se arrepender, ele pagar\u00e1 a penalidade \u2014 “qu\u00e3o [dolorosa] tu n\u00e3o sabes, qu\u00e3o [intensa] tu n\u00e3o sabes, sim, qu\u00e3o dif\u00edcil de suportar tu n\u00e3o sabes” (D&C 19:15<\/a>). A esposa saber\u00e1 se ele realmente se arrependeu porque sua restitui\u00e7\u00e3o incluir\u00e1 pedir humilde e sinceramente pelo perd\u00e3o dela e se esfor\u00e7ar para reparar o que fez.<\/p>\n\n\n\n Embora a esposa possa entender a lei da justi\u00e7a, o que ela est\u00e1 sentindo \u00e9 a necessidade de justi\u00e7a imediata. O \u00c9lder Neal A. Maxwell sabiamente ensinou que “a f\u00e9 em Deus inclui f\u00e9 em Seus prop\u00f3sitos, bem como em Seu tempo. N\u00e3o podemos aceit\u00e1-Lo plenamente enquanto rejeitamos Sua agenda”. O \u00c9lder Maxwell tamb\u00e9m disse: “O evangelho garante justi\u00e7a definitiva, n\u00e3o imediata”.9<\/sup> “Eis que meus olhos veem e conhecem todas as suas obras; e tenho em reserva um julgamento r\u00e1pido, a seu pr\u00f3prio tempo, para todos eles” (D&C 121:24<\/a>).<\/p>\n\n\n\n A lei da justi\u00e7a e a confian\u00e7a no tempo do Senhor permitem que a esposa n\u00e3o se preocupe mais com a justi\u00e7a e coloca o julgamento nas m\u00e3os de Deus: “Eis o que dizem as Escrituras \u2014 o homem n\u00e3o ferir\u00e1 nem julgar\u00e1; porque o julgamento \u00e9 meu, diz o Senhor; e a vingan\u00e7a tamb\u00e9m \u00e9 minha e eu retribuirei” (M\u00f3rmon 8:20<\/a>).<\/p>\n\n\n\n O \u00c9lder Jeffrey R. Holland compartilhou esta perspectiva \u00fatil:<\/p>\n\n\n\n Por favor, n\u00e3o pergunte se \u00e9 justo (…). Quando se trata de nossos pr\u00f3prios pecados, n\u00e3o pedimos justi\u00e7a. O que suplicamos \u00e9 miseric\u00f3rdia \u2014 e \u00e9 isso que devemos estar dispostos a oferecer.<\/em><\/p>\n\n\n\n Ser\u00e1 que podemos ver a tr\u00e1gica ironia de n\u00e3o concedermos aos outros o que n\u00f3s mesmos precisamos tanto?<\/em>10<\/sup><\/p>\n\n\n\n Aqueles que sofreram danos permanentes, sofrimento prolongado ou perda devido a uma ofensa enfrentam um desafio muito mais dif\u00edcil ao perdoar e entregar a justi\u00e7a nas m\u00e3os do Senhor. Esperamos que encontrem consolo em algo que o Profeta Joseph Smith ensinou: “O que [esses infort\u00fanios] poder\u00e3o fazer? Nada. Voc\u00eas ser\u00e3o compensados por todas as suas perdas na ressurrei\u00e7\u00e3o, desde que continuem a ser fi\u00e9is”.11<\/sup><\/p>\n\n\n\n At\u00e9 que a mulher abusada consiga entregar a justi\u00e7a ao Senhor, ela provavelmente continuar\u00e1 a sentir raiva \u2014 que \u00e9 uma forma de devo\u00e7\u00e3o negativa para com seu agressor \u2014 e isso a aprisiona em um pesadelo cont\u00ednuo. O Presidente George Albert Smith referiu-se a isso como “valorizar uma influ\u00eancia impr\u00f3pria”.12<\/sup> Dado que o marido a feriu t\u00e3o profundamente, por que a esposa permitiria que ele continuasse a vitim\u00e1-la, atormentando seus pensamentos? Ela n\u00e3o sofreu o suficiente? N\u00e3o perdoar seu agressor permite que ele continue a atorment\u00e1-la mentalmente repetidas vezes. Perdo\u00e1-lo n\u00e3o \u00e9 libert\u00e1-lo; \u00e9 libertar a si mesma.<\/p>\n\n\n\n Uma parte de entender o perd\u00e3o \u00e9 entender o que ele n\u00e3o \u00e9:<\/p>\n\n\n\n O perd\u00e3o n\u00e3o significa nenhuma dessas coisas. O que o perd\u00e3o de fato significa \u00e9 perdoar a tolice do marido \u2014 sim, sua estupidez\u2014 em sucumbir aos impulsos do homem natural e, ao mesmo tempo, ainda ter esperan\u00e7a de que ele ceder\u00e1 “ao influxo do Santo Esp\u00edrito” (Mosias 3:19<\/a>). Perdoar n\u00e3o significa dar-lhe outra chance de abusar, mas significa dar-lhe outra chance no plano de salva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Tamb\u00e9m seria \u00fatil se a esposa entendesse que “nossos pecados nos castigam mais do que somos castigados por termos pecado”.13<\/sup> Ela ent\u00e3o reconheceria que seu agressor infligiu muito mais danos eternos a si mesmo do que danos temporais a ela. E mesmo no presente, a verdadeira felicidade e alegria dele diminuem em propor\u00e7\u00e3o inversa \u00e0 sua iniquidade aumentada, porque “iniquidade nunca foi felicidade” (Alma 41:10<\/a>). Ele \u00e9 digno de pena pela situa\u00e7\u00e3o triste e prec\u00e1ria em que se encontra.<\/p>\n\n\n\n Estando ciente que ele est\u00e1 afundando em areia movedi\u00e7a espiritual, ela pode come\u00e7ar a substituir seu desejo de justi\u00e7a \u2014 que j\u00e1 est\u00e1 acontecendo \u2014 por uma esperan\u00e7a de que ele se arrependa antes que seja tarde demais. Com esse entendimento, ela pode at\u00e9 come\u00e7ar a orar por aquele que abusou dela.<\/p>\n\n\n\n Essa mudan\u00e7a crist\u00e3 em seu cora\u00e7\u00e3o a ajudar\u00e1 a perdoar e proporcionar\u00e1 a cura que ela tanto deseja e merece. O Salvador sabe exatamente como cur\u00e1-la porque Ele conhece precisamente sua dor, tendo vivido isso vicariamente.<\/p>\n\n\n\n Nessa situa\u00e7\u00e3o da esposa que sofreu abuso, temos dois lados: o marido abusivo e a esposa v\u00edtima, ambos precisando de ajuda divina. Alma nos ensina que o Salvador sofreu por ambos: pelos pecados do marido e pela ang\u00fastia, sofrimento e dor da esposa (ver Alma 7:11\u201312<\/a>; Lucas 4:18<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Para terem acesso \u00e0 gra\u00e7a do Salvador e ao poder de cura de Sua Expia\u00e7\u00e3o, o Salvador requer algo de ambos.<\/p>\n\n\n\n A chave para o marido acessar a gra\u00e7a do Senhor \u00e9 o arrependimento.<\/em> Se o marido n\u00e3o se arrepender, ele n\u00e3o poder\u00e1 ser perdoado pelo Senhor (ver D&C 19:15\u201317<\/a>).<\/p>\n\n\n\n A chave para a esposa acessar a gra\u00e7a do Senhor, e ent\u00e3o deixar que Ele a cure, \u00e9 o<\/em> perd\u00e3o.<\/em> Enquanto a esposa n\u00e3o conseguir perdoar, ela estar\u00e1 escolhendo sofrer a ang\u00fastia e a dor que Ele j\u00e1 sofreu em favor dela. Ao n\u00e3o perdoar, ela est\u00e1 involuntariamente negando Sua miseric\u00f3rdia e cura. De certa forma, ela est\u00e1 cumprindo esta escritura:<\/p>\n\n\n\n Eu, Deus, sofri essas coisas (…) para que n\u00e3o precisem sofrer (…).<\/em><\/p>\n\n\n\n Mas se n\u00e3o se<\/em> arrependerem<\/em> [ou perdoarem], ter\u00e3o que sofrer assim como eu sofri. <\/em>[D&C 19:16\u201317<\/a>]<\/p>\n\n\n\n Em resumo, ser 100% respons\u00e1vel \u00e9 aceitar a si mesmo como a pessoa que est\u00e1 em controle da sua pr\u00f3pria vida. Se a culpa for dos outros e eles precisarem mudar antes que mais progresso seja feito, ent\u00e3o voc\u00eas estar\u00e3o \u00e0 merc\u00ea deles e eles estar\u00e3o no controle dos resultados positivos ou desejados em sua vida. O arb\u00edtrio e a responsabilidade est\u00e3o inseparavelmente conectados. Voc\u00eas n\u00e3o podem evitar a responsabilidade sem tamb\u00e9m diminuir o arb\u00edtrio. A miseric\u00f3rdia e a justi\u00e7a tamb\u00e9m s\u00e3o insepar\u00e1veis. Voc\u00eas n\u00e3o podem negar a justi\u00e7a do Senhor sem tamb\u00e9m impedir Sua miseric\u00f3rdia. Oh, como Satan\u00e1s adora dividir princ\u00edpios complementares e rir da devasta\u00e7\u00e3o que causa!<\/p>\n\n\n\n Convido cada um de voc\u00eas a eliminar a lista da anti-responsabilidade ou anti-f\u00e9 de suas vidas, mesmo quando tiverem raz\u00e3o! \u00c9 uma lista anti-felicidade e anti-sucesso, mesmo quando voc\u00eas tem raz\u00e3o. N\u00e3o \u00e9 uma lista para os valentes filhos e filhas de Deus que est\u00e3o procurando se tornar mais semelhantes a Ele. \u00c9 uma das principais ferramentas de Satan\u00e1s para controlar e destruir vidas. O dia em que uma pessoa elimina essa lista de sua vida \u00e9 o dia em que ela recupera o controle sobre os resultados positivos, e daquele ponto em diante come\u00e7a a seguir em frente em ritmo acelerado na luz (ver D&C 50:24<\/a>).<\/p>\n\n\n\n Presto meu testemunho convicto do nome de Jesus Cristo e do poder e da felicidade que a plenitude de Seu evangelho nos proporciona. Ele \u00e9 a vida e a luz do mundo. Esses princ\u00edpios que compartilhei hoje s\u00e3o Dele. Presto testemunho disso em nome de Jesus Cristo. Am\u00e9m.<\/p>\n\n\n\n <\/p>\n\n\n\n \u00a9 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados.<\/p>\n","protected":false},"template":"","tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\n\n
O princ\u00edpio de Corior \u2014 separar o arb\u00edtrio da responsabilidade<\/h2>\n\n\n\n
O princ\u00edpio de Neor \u2014 negar a justi\u00e7a<\/h2>\n\n\n\n
A lista da anti-responsabilidade<\/h2>\n\n\n\n
Desculpas n\u00e3o geram resultados<\/h2>\n\n\n\n
A diferen\u00e7a entre dar uma desculpa e dar um motivo<\/h2>\n\n\n\n
O poder e a recompensa de ser respons\u00e1vel<\/h2>\n\n\n\n
Hist\u00f3ria 1: 100% de responsabilidade no Centro de Distribui\u00e7\u00e3o<\/em><\/strong><\/h3>\n\n\n\n
Hist\u00f3ria 2: “Colocar meu casamento antes do meu orgulho”<\/em><\/strong><\/h3>\n\n\n\n
O maior exemplo de todos<\/h2>\n\n\n\n
\n
Conclus\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n