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Devocional

Transformação cristã

Professora de contabilidade da BYU Marriott School of Business [Escola Marriott de negócios da BYU]

16 de maio de 2023

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Quando estamos no meio da transformação, podemos sentir como se estivéssemos sendo decompostos — como a borboleta em seu casulo —, mas o Salvador vai nos ajudar a nos edificar novamente e a nos tornar novas criaturas, se O permitirmos.


Pretendemos modificar a tradução se for necessário. Para dar sugestões, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu

Há apenas algumas semanas, nossa comunidade universitária se reuniu aqui no Marriott Center, um auditório na universidade, para celebrar a formatura de nossos alunos. O Marriott Center estava cheio de familiares, amigos, professores, funcionários e administradores, todos reunidos para reconhecer e aplaudir as conquistas de nossos formandos. O evento foi inspirador e edificante, o ponto culminante de muitos anos de trabalho árduo, comprometimento e dedicação. Ao participar deste evento, não pude deixar de refletir sobre minha própria jornada educacional e sobre o quanto evoluí desde meus primeiros anos de estudo.

Desde bem jovem, desenvolvi um amor pela leitura e pela aprendizagem e estabeleci a meta ambiciosa de me formar na universidade. No entanto, sendo a primeira pessoa da minha família a cursar o ensino superior, eu não tinha a certeza do que seria necessário para atingir o meu objetivo. Então, para aumentar minhas chances de sucesso, desenvolvi um plano de estudos educacional: assistir às aulas, fazer o dever de casa e tirar boas notas.

Como exemplo do meu compromisso, no primeiro semestre do último ano do Ensino Fundamental me inscrevi em uma aula de datilografia e, querendo praticar em casa para me tornar mais proficiente, imediatamente coloquei uma máquina de escrever na minha lista de desejos de Natal. Alguns de vocês nem sabem o que é uma máquina de escrever, mas em 1989 era tecnologia de ponta. Ela tinha um display LCD de 16 caracteres e fita corretiva integrada. Fiquei tão empolgada com a minha máquina de escrever que, em março do ano seguinte, para meu aniversário, pedi um armário de arquivo. Para arquivar todas as coisas que eu ia datilografar.

Agora, meus filhos me incomodam com esses pedidos de presentes. Quem pede, ou já pediu, máquinas de escrever e armários de arquivo no ensino fundamental?

Eles podem rir o quanto quiserem, mas esses presentes foram significativos para mim porque ajudaram a formar minha identidade como uma aluna responsável, organizada e comprometida. Tive grande satisfação em ver meu trabalho árduo e compromisso se traduzirem em boas notas. A escola parecia uma extensão natural de mim mesma.

Meu plano de estudos me ajudou a passar pelo Ensino Fundamental e depois pelo Ensino Médio. Finalmente, depois de me formar no Ensino Médio com a nota mais alta da turma, usei minha preciosa máquina de escrever para datilografar minha matrícula para frequentar a Universidade do Sul de Utah (SUU).

Fiquei entusiasmada e nervosa para frequentar a SUU. Eu estava emocionada por estar um passo mais perto de alcançar meu objetivo, mas também tinha preocupações reais sobre minha capacidade de ter sucesso a nível universitário. Como estudante universitária de primeira geração, achei difícil me integrar no sistema. Sempre me senti um passo ou dois atrás dos meus colegas. Mas mantive o plano: assistir às aulas, fazer os deveres de casa e tirar boas notas. E o plano continuou funcionando! Até que me transferi para a BYU para estudar contabilidade.

Em Romanos lemos: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos”.1 As experiências transformadoras podem ser desconfortáveis e desafiadoras, mas são essenciais para nosso crescimento e desenvolvimento. Eu não sabia disso na época, mas a transferência para a BYU me ensinaria muito sobre o processo de transformação. Hoje gostaria de compartilhar algumas lembranças e sentimentos da época em que eu era estudante de graduação aqui na BYU, porque acredito que muitos de vocês estejam no meio conturbado de suas próprias experiências transformadoras. Espero que o que vou compartilhar hoje os ajude a reconhecer a importância dessas experiências para moldar quem se tornarão.

O propósito de nossa transformação mortal

A missão exclusiva da BYU “é auxiliar as pessoas em sua busca pela perfeição e vida eterna”.2 A universidade realiza isso através de “um período de aprendizagem intensiva em um ambiente estimulante onde se espera um compromisso com a excelência e a plena realização do potencial humano é perseguida”.3 Com esta missão em mente, a educação da BYU tem como objetivo de ser “(1) espiritualmente fortalecedora, (2) intelectualmente ampliadora e (3) edificadora do caráter, levando ao (4) aprendizado e serviço por toda a vida”.4 Este não é apenas o caminho para um diploma universitário, mas um modelo para uma transformação pessoal considerável!

Por que a BYU tem como objetivo ajudar seus alunos a se transformarem tão plenamente — não apenas intelectualmente, mas também em espírito, caráter e serviço? Viemos à Terra com esse mesmo propósito! Para nos transformar. Ganhar um corpo e ter experiências que nos ajudarão a progredir e a nos tornar mais semelhantes a nosso Salvador, Jesus Cristo. Se exercermos nosso arbítrio e escolhermos ser discípulos de Jesus Cristo, é-nos dito: “Um novo coração vos darei, e porei dentro de vós o meu Espírito, (…) E vós me sereis por povo, e eu vos serei por Deus”.5

Todos nós queremos sentir o espírito e o amor de Deus e ser contados como parte de Seu povo. No entanto, é fácil esquecer que esse processo de transformação e renovação exige luta e sacrifício. Para realmente recebermos um novo coração e espírito, precisamos estar dispostos a enfrentar oposição — precisamos abandonar velhos hábitos e maneiras de pensar que nos impedem de nos tornar a versão melhor de nós mesmos. O Élder Neal A. Maxwell uma vez questionou:

Portanto, como podemos nós realmente esperar navegar ingenuamente pela vida, como que dizendo: “Senhor, dá-me experiência, mas não tristeza, nem pesar, nem dor, nem oposição, nem traição, e, certamente, não me deixes desamparado. Guarda-me, Senhor, de todas essas experiências que fizeram de ti o que tu és! Depois, permite-me ir viver contigo e partilhar plenamente de tua alegria!6

Ao longo de nossa vida, inevitavelmente enfrentaremos desafios difíceis, tanto grandes quanto pequenos, que têm o objetivo testar nossa fé, nosso caráter e nossa resiliência. Essas experiências nos ajudarão a nos tornar mais semelhantes ao Salvador e a nos preparar para a vida eterna que virá, se assim o permitirmos. Isso é algo que aprendi em primeira mão como aluna do curso básico de contabilidade da BYU.

Buscando ajuda em minha jornada transformadora

Quando entrei na aula de introdução de contabilidade naquele primeiro dia de aula, o ambiente parecia tenso, e imediatamente me senti lutando contra sentimentos de inadequação e insegurança. Para lidar com essa apreensão, confiei em meu plano de estudos: assistir às aulas, fazer o dever de casa e tirar boas notas.

Desta vez, porém, o plano não deu certo. Fiel ao objetivo da universidade de ampliar intelectualmente, o curso de contabilidade da BYU proporcionava uma experiência acadêmica rigorosa. Rigorosa demais para mim. Eu estava esforçando mais do que nunca e alcançando resultados abaixo da média. Pareceu-me que minha sala de aula estava cheia de alunos excepcionalmente inteligentes que pareciam entender tudo sem esforço. De onde vieram todas essas pessoas? Sempre me considerei uma boa aluna, mas agora estava duvidando de mim mesma. Eu tinha medo constante de que um de meus colegas me perguntasse: “Como foi o teste ontem à noite?” ou “Qual foi sua nota no teste?” Tentei dedicar mais tempo e esforço, acreditando que simplesmente não estava me esforçando duro o suficiente. Mas nada que eu fizesse parecia fazer diferença. O ritmo da aula era muito rápido e o material muito complexo. Meu maior medo estava se tornando realidade: Não conseguia ter sucesso a este nível. E se eu não conseguisse, se eu não fosse uma boa aluna, então o que eu era? Qual era o meu propósito em estar aqui? Será que eu pertencia à BYU, ou era digna de frequentar uma faculdade?

Como meu senso de autoestima estava se desmoronando, eu me vi perdendo contato com o aspecto mais importante de minha identidade, que é ser filha de Deus.7

Depois de um dia particularmente difícil, orei fervorosamente ao meu Pai Celestial sobre minha situação, minhas inseguranças e minhas dúvidas. Eu me sentia muito sobrecarregada e cansada, e não havia solução à vista. Lembro-me de terminar minha oração dizendo: “Nunca serei tão inteligente quanto fulano”, citando o nome do aluno que se sentou ao meu lado.

Quando me levantei e fui dormir, imediatamente tive este pensamento: Você está certa, talvez você nunca será tão inteligente quanto fulano. Mas o mais importante é que talvez você nunca mais terá a oportunidade de se sentar ao lado e interagir com ele. Se esta é a pessoa mais inteligente que você conhece, então por que você não aprende tudo o que pode com ela e com aqueles ao seu redor em vez de se comparar a eles? Aproveite esta oportunidade para aprender e crescer.

Esses pensamentos foram surpreendentes para mim. Eu estava buscando consolo e segurança, mas, em vez disso, recebi uma repreensão e uma ordem para mudar meu foco. Eu estava me concentrando em todas as coisas que eu não podia fazer em vez de apreciar as pessoas e oportunidades que estavam ao meu redor. Tive plena consciência do que nos é dito em Doutrina e Convênios: “Porque a todos não são dados todos os dons; porque há muitos dons. (…) A alguns é dado um, a outros é dado outro”. O problema é que eu tinha perdido de vista as palavras que se seguem: “para que desse modo todos sejam beneficiados”.8

O que eu precisava era de uma mudança de perspectiva. A comparação é inútil. Deus não nos compara uns aos outros. Em vez disso, ele quer que usemos nossas diferenças para abençoar e apoiar uns aos outros. Em vez de fazer tudo sozinha e comparar constantemente minhas fraquezas com as qualidades de outras pessoas, eu precisava pedir ajuda!

Depois de uma noite agitada, reuni coragem para ser vulnerável e confidenciei aos meus colegas as dificuldades que estava enfrentando na aula. Meu grupo ficou surpreso ao saber que eu estava passando por dificuldades e imediatamente ofereceu ajuda. Eles exemplificaram o conselho encontrado em Doutrina e Convênios: “Buscai diligentemente e ensinai-vos uns aos outros palavras de sabedoria (…) [para que] todos sejam edificados por todos”.9 Sempre serei grata pelo meu grupo de estudos da aula de contabilidade. Eles foram gentis, pacientes e generosos com seu conhecimento e me ajudaram a encontrar a alegria no aprendizado novamente!

Lembrar-me de minha verdadeira identidade por meio da transformação

A transformação não terminou aí. Eu precisava buscar conhecimento, não apenas “pelo estudo [mas] (…) também pela fé”.10

Em Éter, o Senhor disse:

E dou a fraqueza aos homens a fim de que sejam humildes; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles.11

Agora vejam, eu não estava dizendo, como Paulo em Coríntios, “sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades”,12 mas reconheci que precisava obter forças além das minhas. Eu precisava me aproximar mais do Salvador para sentir Seu amor e ser lembrada de minha identidade divina e de meu potencial como filha de Deus. O Presidente M. Russell Ballard recentemente compartilhou a importância dessa verdade com os alunos da BYU em um devocional:

Antes de mais nada, vocês são e sempre serão filhos espirituais de Deus.

É uma verdade eterna. Está escrito em grandes letras maiúsculas e em negrito. Compreender essa verdade — realmente entendê-la e aceitá-la — é uma mudança de vida. Ela lhes dá uma identidade extraordinária que ninguém nunca pode tirar de vocês. Porém, mais do que isso, isso deve trazer para vocês um sentimento enorme de valor e um senso de valor infinito. Por fim, oferece um propósito divino, nobre e digno na vida.13

Com o passar do ano, priorizei meu crescimento espiritual aumentando meu estudo pessoal das escrituras e dos discursos de conferência e, ao fazê-lo, senti-me mais confiante em meu valor. Eu não estava apenas sendo ampliada intelectualmente por minha experiência na BYU, mas também espiritualmente fortalecida! O domingo se tornou meu dia favorito da semana à medida que adorava de modo mais intencional, reservando um tempo para refletir sobre meu progresso e renovar meus convênios. Acessar o poder capacitador do Salvador todas as semanas me ajudou a me sustentar durante aquele período difícil de crescimento e transformação.

Como alunos, é fácil acreditar que sua identidade e autovalorização estejam ligadas a indicadores externos, como seu sucesso acadêmico, sua vida amorosa ou seu desempenho no trabalho. A pressão para ter sucesso e o medo do fracasso podem rapidamente se tornar avassaladores. Eu havia vinculado erroneamente meu senso de valor às minhas realizações ou notas, permitindo que elas me definissem.

A Irmã Rosemary M. Wixom nos lembrou:

Nossa natureza divina nada tem a ver com nossas realizações pessoais, com o status que podemos alcançar, com o número de maratonas de que participamos ou com nossa popularidade e autoestima. Nossa natureza divina vem de Deus. Foi estabelecida em uma existência que precedeu nosso nascimento e vai continuar na eternidade.14

Navegar em sua própria transformação

Minha experiência naquele primeiro ano na BYU foi transformadora. Fui fortalecida espiritualmente, minha capacidade intelectual foi ampliada, adquiri um melhor entendimento de meu caráter e de meu potencial divino e me comprometi a ajudar e servir ao próximo à medida que eles estavam fazendo o mesmo por mim. Em suma, eu estava vivenciando a própria transformação descrita nos objetivos da universidade! Mas é fácil para mim olhar para trás, com 26 anos de distância e ver como essa experiência me fez mudar para melhor. Pode ser muito mais difícil ver como vocês estão mudando quando estão no meio do processo de transformação.

Considerem o ciclo de vida de uma borboleta. Ela passa por uma transformação notável que requer uma mudança completa na forma e função do inseto. Uma lagarta passará por vários estágios de crescimento, perdendo a pele e formando um casulo sedoso. Então, dentro do casulo, o corpo da lagarta se decompõe completamente em uma substância semelhante a um líquido, a partir da qual uma nova estrutura corporal começa a se formar. Em apenas de nove a quatorze dias, a transformação de lagarta em borboleta é concluída, e uma bela borboleta totalmente formada emerge.

Como uma borboleta, estamos aqui na Terra para crescer, mudar e, finalmente, renascer como seres aperfeiçoados. “Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus”.15 Mas a “fase do casulo” da transformação pode ser difícil porque não podemos ver claramente o resultado final glorioso que nos espera. E, ao contrário da borboleta, nossa transformação levará muito mais do que de nove a quatorze dias. É um processo que leva a vida toda. As escrituras nos ensinam que “em Cristo [nos tornamos] nova[s] criatura[s] (…) as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.16 Então, como continuamos a seguir em frente quando estamos no processo de nos tornar novas criaturas? Quando não conseguimos ver claramente como nossas experiências difíceis estão nos mudando para melhor, o que podemos fazer?

Compartilho a seguinte experiência com a permissão de meu segundo filho, Connor. Há três anos, Connor estava servindo como missionário em El Salvador. Tendo ficado lá por cerca de um mês, ele ainda estava tentando se adaptar à vida missionária, a um novo idioma e a uma cultura estrangeira. Durante uma de nossas ligações de segunda-feira, pude ver imediatamente que Connor estava com dificuldades. Tentei assegurar-lhe de que as coisas iriam melhorar. Todos dizem que leva de três a quatro meses para se adaptar – ele só precisava continuar trabalhando e ser paciente consigo mesmo e com o processo.

Connor acenou com a cabeça e, com os olhos cheios de lágrimas, disse: “Eu sei, mãe. Sei que vai melhorar daqui a alguns meses, mas o que faço até lá?”

Connor sabia que o tempo passaria e suas circunstâncias também, mas como ele iria passar hoje e amanhã até que essechegasse?

Muitos de nós temos os mesmos tipos de perguntas: Como vou superar o dia de hoje? Esse teste? Este semestre? Como me mantenho fiel ao meu testemunho quando estou enfrentando desafios, tentações e dúvidas?

Mesmo que eu tenha fé e saiba que, no final, tudo ficará bem, o que posso fazer para superar o dia de hoje?

Eu não tinha uma resposta para Connor e, como mãe, queria desesperadamente consertar tudo. Depois de uma reflexão tranquila, começamos com os princípios básicos: “Connor, você está bebendo muita água? Você está comendo bem? Está dormindo o suficiente?

Alunos, se vocês estão com dificuldades, eu começaria com as mesmas perguntas. Estão cuidando de seu corpo? Estão dormindo o suficiente? Estão se lembrando de manter contato com amigos e familiares apesar das pressões da escola? Se não, quais pequenas mudanças vocês podem fazer hoje para poder desfrutar — e não apenas suportar — a experiência que estão tendo aqui na BYU?

Depois que esses princípios básicos foram abordados, Connor e nossa família oraram para que ele se inspirasse e soubesse quais medidas ele poderia tomar todos os dias para seguir em frente. Também sugeri que Connor entrasse em contato com seu presidente de missão para obter mais apoio. Então, em sua carta semanal para seu presidente de missão, Connor compartilhou seus sentimentos, descreveu as medidas que estava tomando para melhorar a situação e pediu qualquer conselho adicional que seu presidente de missão pudesse oferecer.

Ora, essa transformação para Connor não aconteceu da noite para o dia, mas, como esperado, com tempo e experiência, ele se adaptou à cultura, tornou-se fluente no idioma e, finalmente, começou a sentir que estava fazendo a diferença como missionário.

Mais tarde, perguntei a Connor: “O que mais te ajudou durante esse período de ‘esperar pacientemente’?”

Ele respondeu: “Três coisas”.

O primeiro foi ler discursos de conferência. Connor buscou revelação e inspiração pessoal por meio das palavras dos mensageiros de Deus. Élder Robert D. Hales ensinou: “Se orarem com o sincero desejo de ouvir a voz de seu Pai Celestial nas mensagens [da] conferência, descobrirão que Ele falou para ajudá-los”.17

Um discurso em particular que o tocou foi o do Presidente Nelson chamado “Alegria e sobrevivência espiritual”. Connor estava tentando sobreviver em um país estrangeiro e não tinha alegria. Nesse discurso, o presidente Nelson declarou: “A alegria que sentimos tem pouco a ver com as circunstâncias de nossa vida e tem tudo a ver com o enfoque de nossa vida”.18 Semelhante à minha experiência no curso básico de contabilidade, ele precisava desviar seu foco de suas próprias fraquezas e voltar para a força do Salvador. Essa mudança foi um componente essencial para o crescimento, a felicidade e o desenvolvimento dele.

Alunos, se vocês não estão sentindo alegria ou se estão se sentindo como se estivessem apenas sobrevivendo, o que podem fazer para mudar seu foco mais para Cristo? O Presidente Nelson nos aconselhou: “Ao buscarmos ser discípulos de Jesus Cristo, nosso empenho em ouvi-Lo deve ser cada vez mais intencional”.19 Que esforços intencionais vocês podem fazer para ouvir e entender melhor os sussurros e garantias de um amoroso Pai Celestial?

A segunda coisa que ajudou Connor durante esse momento difícil foi conversar com seu irmão mais velho, Cameron. Como alguém que já serviu em uma missão de tempo integral, Cameron demonstrou empatia pelos desafios que Connor estava enfrentando e lhe deu a segurança, o apoio e a orientação de que precisava. Assim como busquei a ajuda de meu grupo no curso básico de contabilidade, Connor buscou ajuda e consolo de seu irmão mais velho.

Quando vocês estão passando pelas dores da transformação, buscar a ajuda de entes queridos pode ser um bálsamo poderoso. Amigos, familiares, professores, colegas — todos eles podem oferecer incentivo e nos ajudar a nos sentirmos menos sozinhos. Também é importante buscar o conhecimento de profissionais, como terapeutas e conselheiros, pois eles podem oferecer apoio especializado que pode nos ajudar a superar nossas dificuldades. Não fomos criados para suportar a dor das experiências transformadoras sozinhos. Há alguém com quem vocês possam entrar em contato para obter apoio adicional? Vocês podem entrar em contato com alguém para dar apoio?

A terceira coisa que ajudou Connor foi uma visita de seu presidente de missão. Depois de receber a carta dele, o presidente da missão agiu sob inspiração e reorganizou a agenda para estar em sua ala no domingo seguinte. Essa visita foi significativa para Connor porque ele estava confundindo os contratempos e as dificuldades que estava enfrentando em sua missão com fazer algo errado ou não ser bom o suficiente. Esse querido presidente de missão abraçou Connor e lhe assegurou que ele estava fazendo exatamente o que deveria estar fazendo. Ele abraçou Connor quando eu não podia, algo que foi outra resposta às minhas orações.

Professores, funcionários e administradores, será que estamos nos esforçando para ser como o presidente de missão de Connor, abraçando nossos alunos buscando inspiração para saber como melhor servi-los, amá-los e incentivá-los? Como aluna, eu sempre buscava ajuda dos professores. Seu apoio e incentivo sincero me ajudaram a ver o potencial que eu não era capaz de reconhecer em mim mesma. Nosso papel vai além de transmitir conhecimento e habilidades; podemos ser uma fonte de apoio e inspiração para nossos alunos, ajudando-os a reconhecer seus pontos fortes, talentos e seu incrível valor como filhos de Deus. Temos a grande oportunidade de ajudar as pessoas em sua busca pela perfeição e pela vida eterna!

Alunos, se vocês estão tendo dificuldades, por favor saibam que estão vivenciando as experiências transformadoras da vida mortal. Vocês são bons o suficiente e, com o apoio de colegas, amigos, familiares, professores, líderes e, especialmente, do Pai Celestial, vocês sairão de seus momentos difíceis tendo mudado para melhor.

Encontrar força no poder transformador do Salvador

Minhas experiências desafiadoras como aluna aqui na BYU me levaram a uma compreensão mais profunda de meu propósito, potencial e identidade como discípula de Jesus Cristo e filha de Deus. Espero que suas experiências aqui façam o mesmo por cada um de vocês!

A educação da BYU tem o objetivo de transformá-los completamente — para ajudá-los a se tornar mais semelhantes ao nosso Salvador, Jesus Cristo. Ao navegar pelos altos e baixos das experiências transformadoras, vocês podem recorrer ao nosso Salvador para obter orientação e apoio.

O Élder Holland enfatizou que

Cristo trilhou o caminho que todo mortal é chamado a caminhar para que Ele soubesse como socorrer-nos e fortalecer-nos em nossos momentos de dificuldade. Ele conhece os fardos mais profundos e pessoais que carregamos. Ele conhece as dores mais recorrentes e pungentes que sofremos. Ele desceu abaixo de toda essa angústia para que pudesse erguer-nos acima de tudo isso. Não há angústia ou tristeza, ou sofrimento na vida que Ele não tenha sofrido em nosso favor e carregado sobre Seus próprios ombros valentes e compassivos.20

Quando estamos no meio da transformação, podemos sentir como se estivéssemos sendo decompostos — como a borboleta em seu casulo —, mas o Salvador vai nos ajudar a nos edificar novamente e a nos tornar novas criaturas, se O permitirmos.

O presidente Nelson disse:

Deus amou o mundo de tal maneira que enviou Seu Filho Unigênito para nos ajudar. E Seu Filho, Jesus Cristo, deu Sua vida por nós. E o fez para que tivéssemos acesso ao poder divino, poder suficiente para lidarmos com os fardos, os obstáculos e as tentações de nossos dias.21

Ao nos apoiarmos na força e no consolo que nosso Salvador nos oferece, podemos passar por experiências transformadoras com mais paciência, paz e confiança. O Salvador nos assegurou: “Em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.22

Presto testemunho de que Jesus Cristo venceu o mundo por meio de seu sacrifício expiatório. Busco o Salvador, eu O amo, sou Sua discípula. O Salvador me dá força além da minha própria força e, por meio de meus esforços para me tornar mais semelhante a Ele, encontrei esperança, paz e alegria duradoura. Presto testemunho Dele, em nome de Jesus Cristo. Amém.

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  1. Romanos 12:2.
  2. The Mission of Brigham Young University [A Missão da Universidade Brigham Young] (4 de Novembro de 1981).
  3. Mission of Brigham Young University
  4. The Aims of a BYU Education [Os objetivos de uma educação da BYU] (1 de março de 1995).
  5. Ezequiel 36:26–28.
  6. Neal A. Maxwell, “Para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos, Liahona, maio de 1991. 
  7. Ver Russell M. Nelson, “Escolhas para a eternidade“, devocional mundial para jovens adultos, 15 de maio de 2022, churchofjesuschrist.org/study/broadcasts/worldwide-devotional-for-young-adults/2022/05/12nelson.
  8. Doutrina e Convênios 46:11–12; grifo da autora.
  9. Doutrina e Convênios 88:118, 122.
  10. Ver Doutrina e Convênios 88:118.
  11. Éter 12:27; grifo do autor.
  12. 2 Coríntios 12:10.
  13. M. Russell Ballard, “Children of Heavenly Father“, [Filhos do Pai Celestial] discurso dado no devocional da BYU, 3 de março de 2020.
  14. Rosemary M. Wixom,Descobrir a divindade dentro de nós, Liahona, novembro de 2015.
  15. João 3:3.
  16. 2 Coríntios 5:17.
  17. Robert D. Hales “Conferência geral: Fortalecer a fé e o testemunho”, Liahona, novembro de 2013
  18. Russell M. Nelson, “Alegria e sobrevivência espiritual“, Liahona, novembro de 2016.
  19. Russell M. Nelson, “Ouvir o Senhor“, Liahona, maio de 2020; grifo no original.
  20. Jeffrey R. Holland, Christ and the New Covenant: The Messianic Message of the Book of Mormon [Cristo e o Novo Convênio: A Mensagem Messiânica do Livro de Mórmon] (Salt Lake City: Deseret Book, 1997): 223-224; ver também Lucas 15:5.
  21. Russell M. Nelson, “Invocando o poder de Jesus Cristo em nossa vida“, Liahona, maio de 2017
  22. João 16:33.
Melissa P. Larson

Melissa P. Larson, professora de contabilidade da BYU Marriott School of Business [Escola Marriott de negócios da BYU], deu este discurso devocional no dia 16 de maio de 2023.