Nosso relacionamento por convênio com Deus: Uma fonte de alívio

Pretendemos modificar a tradução se for necessário. Para dar sugestões, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu

Meus queridos amigos, sinto-me grata pelo tempo que tenho com vocês hoje. Tenho pensado em vocês e nas muitas exigências que estão equilibrando junto com seus estudos. Eu os elogio por seus esforços, seus bons corações e seus desejos justos. Nós, como presidência, oramos por vocês; nós os amamos. Mais importante ainda, sabemos que nosso Pai Celestial e o Salvador os amam. Eles os veem e sabem exatamente onde vocês estão em sua jornada aqui nesta Terra. Nunca há nenhum momento em que vocês não estejam proeminentes em Sua mente e em Seu coração. Nosso amoroso Salvador declarou: “Te tenho gravada nas palmas de minhas mãos; os teus muros estão continuamente diante de mim”.¹ Seus desafios, seus interesses, suas preocupações e seus desejos estão continuamente diante do Senhor.

Frequentemente reflito sobre as bênçãos e o poder encontrados em nosso relacionamento por convênio com Deus. Hoje, senti que devo compartilhar com vocês cinco reflexões sobre o alívio que Jesus Cristo traz a nossa vida por meio de nosso relacionamento por convênio com Deus.

Primeiro, há alívio em trabalhar em parceria com Deus. Nunca estamos sozinhos.

Cada um de vocês tem a oportunidade de trabalhar em parceria com o Pai Celestial e com o Salvador de modo profundo e poderoso por meio de seu relacionamento por convênio. Há tamanho alívio em saber que vocês nunca estão sozinhos em suas tristezas, seus desafios, suas decisões, suas inseguranças ou suas fraquezas. Deus, o Pai de nosso espírito, ama vocês. E por intermédio de Seu Filho Amado, Jesus Cristo, e o sacrifício expiatório Dele, todas as bênçãos que o Pai deseja para vocês estão ao seu alcance nesse relacionamento por convênio.

Depois de recebermos as ordenanças e os convênios no batismo e na confirmação e em Sua santa casa, não terminamos de aprender sobre os convênios e o poder do sacerdócio. Não terminamos de aprender sobre o Senhor e Seus caminhos. Não terminamos de aprender sobre quem realmente somos.

Receber as ordenanças e os convênios do evangelho do Salvador é apenas o começo. Não é um item transacional em uma lista de tarefas, mas o início de um belo vínculo proporcionado pelos convênios.² O Presidente Russell M. Nelson ensinou: “O caminho do convênio tem tudo a ver com nosso relacionamento com Deus”.³ Ouçam as palavras do profeta ao descrever esse relacionamento por convênio e como Deus deseja abençoá-los:

Quando fazemos um convênio com Deus, deixamos para sempre o terreno neutro. Deus não abandonará Seu relacionamento com aqueles que forjaram esse vínculo com Ele. Na verdade, todos os que fizeram um convênio com Deus têm acesso a um tipo especial de amor e misericórdia. Na língua hebraica, esse amor que se cria por causa do convênio é chamado hesed (דסֶחֶ). (…)

Como Deus tem hesed por aqueles que fizeram convênio com Ele, Ele os amará. Ele continuará a trabalhar com eles e a lhes oferecer oportunidades de mudar. Vai perdoá-los quando se arrependerem. E, se eles se desviarem, vai ajudá-los a encontrar o caminho de volta a Ele.

Uma vez que tivermos feito um convênio com Deus, nosso relacionamento com Ele se torna muito mais próximo do que antes do convênio. Agora estamos unidos. Por causa de nosso convênio com Deus, Ele nunca Se cansará de procurar nos ajudar, e nunca esgotaremos Sua paciência misericordiosa para conosco. Cada um de nós tem um lugar especial no coração de Deus. Ele tem grandes esperanças em relação a nós.⁴

Conseguem sentir o amor de Deus por vocês com essas palavras? Como irmã que ainda não se casou, esse amoroso e misericordioso relacionamento por convênio com meu Pai Celestial e o Salvador tem um lugar poderoso em minha vida e foi e ainda é minha maior fonte de alívio e paz. Traz-me consolo indescritível, alegria divina e uma certeza profunda e duradoura de que Ele me ama como Sua filha e que pertenço a Sua família eterna. Sei que Ele me conhece e me entende completamente.

Independentemente de nosso passado ou estado civil, o Senhor deseja que façamos parceria com Ele de modo poderoso — para que “sejamos um”⁵ com Ele “em tudo que [fizermos]”.⁶ Não precisamos navegar por esta vida sozinhos, e não fomos feitos para isso. Podemos escolher encontrar alívio ao trabalharmos em parceria com o Senhor através de nossos convênios.

Na última conferência geral de abril, a Presidente Camille N. Johnson disse:

Irmãos e irmãs, não consigo carregar meus fardos sozinha, não preciso e não vou fazer isso. Quando escolho me associar ao meu Salvador, Jesus Cristo, por meio dos convênios que fiz com Deus, “posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”.⁷

“Jesus Cristo é a parte central [de nossos convênios].”⁸ É somente por meio Dele e de Seu sacrifício que podemos fazer convênios com Deus. Todas as coisas se tornaram possíveis quando o Salvador venceu o impossível. Ele é “um Deus de milagres”,⁹ um Deus de amor. E meu amor por Ele continua a crescer a cada dia.

Quando sentimos Seu amor e retribuímos esse amor escolhendo-O a cada dia, o evangelho se parece menos com uma lista de tarefas e passa a ter mais a ver com amor e desejo. Isso permite que verdadeiras raízes do evangelho cresçam em cada um de nós, trazendo-nos nutrição e alegria duradouras. Esse “amor que se cria por causa do convênio”¹⁰ nos ajuda a perseverar quando o sentimento de dever ou as listas de tarefas simplesmente não são suficientes.

Refleti sobre quando e onde em minha vida comecei a realmente trabalhar em parceria com o Senhor e a convidá-Lo com gratidão e intenção a fazer parte de minha vida e decisões diárias. Foi mais ou menos na época em que saí de casa para ir à faculdade.

Logo depois de completar 17 anos, mudei-me de Burley, Idaho, EUA, para São Francisco, Califórnia, para estudar arte. Eu havia terminado o Ensino Médio mais cedo do que o normal e estava determinada a ir para a Costa Oeste dos Estados Unidos para estudar e trabalhar para a empresa Disney. Eu morava com 50 outras meninas de todo o mundo em uma grande mansão que era considerada moradia estudantil. Havia várias culturas e estilos de vida.

Depois de algumas semanas, tudo parecia sombrio, e eu precisava da luz do Salvador. Busquei a certeza de que era conhecida e não estava apenas vagando sozinha no mundo. Ao procurar consolo, peguei minhas escrituras e elas se abriram para o livro de Josué. Eu li: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”.¹¹ Aonde quer que eu fosse, Ele estaria comigo. Que consolo foi e ainda é para minha alma!

Em seguida, procurei A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias na lista telefônica (não havia celulares ou smartphones na época). Encontrei dois endereços. Um dos edifícios da Igreja ficava a apenas alguns quarteirões de onde eu morava. No domingo seguinte, coloquei meu vestido e sapatos para ir à igreja. Lembro que algumas colegas de quarto me perguntaram se eu ia a uma festa.

“É outro tipo de festa”, eu respondi. “Vou à igreja.”

Umas dessas meninas acabaram sendo ensinadas pelos missionários.

Caminhei até uma pequena capela branca com palmeiras do lado de fora, e entrei pela porta. Ouvi um hino conhecido tocando suavemente: “Eu Sei Que Vive Meu Senhor”.¹² Eu me senti em casa. Eu sabia que era isso que eu queria. Sabia que queria meu Pai Celestial e meu Salvador em minha vida mais do que qualquer outra coisa ou pessoa. E comecei a “[aconselhar-me] com o Senhor em tudo que [fizesse]”.¹³ Convidei-O a entrar em minha conversa da vida.

Nas palavras de Abraão: “Eu disse em meu coração: Teu servo procurou-te fervorosamente; agora te encontrei”.¹⁴ Ele está sempre pronto para ser encontrado, irmãos e irmãs. Ele não me abandonou, nem abandonará vocês: “[Fizemos] um convênio com Ele”.¹⁵

O Senhor me conduziu com amor e paciência, mas não para onde eu achava que iria. Na verdade, fui para Sacramento, Califórnia, e depois para a Ricks College (atualmente BYU–Idaho) — que era o último lugar para onde eu queria ir! E o primeiro lugar para onde minha mãe disse para eu ir. E eu adorei. Depois, vim para esta universidade, a BYU. E, curiosamente, em meu último ano de estudo, consegui um estágio e um emprego em uma empresa que acabou sendo comprada pela Disney. Essa carreira apareceu em uma época em que eu tinha Cristo como a parte central de minha vida. Como eu priorizava meu relacionamento com Deus, essa oportunidade assumiu seu devido lugar em minha vida.

Segundo, há alívio em confiar no Senhor.

Muitas vezes em minha vida, não sabia para onde eu estava indo ou como as coisas iriam se desenrolar. Talvez vocês conheçam esse sentimento. Com o passar dos anos, minhas preocupações com o desconhecido tornaram-se secundárias em relação ao fato de eu saber se o Senhor me apoiava em minhas decisões ou não. Se Ele aprovasse minha decisão de continuar como estava ou seguir outro rumo, eu sabia que Ele estaria ao meu lado para me fortalecer e “[consagrar minhas] aflições para [meu] benefício”¹⁶ e meus esforços “para o bem-estar de [minha] alma”.¹⁷

Ele fará o mesmo por vocês. À medida que confiarem sua vida a Ele, seu amor por Ele aumentará. Sei que Ele conhece vocês e suas jornadas individuais.

Lembro-me de José do Egito, que, quando foi vendido como escravo e depois lançado na prisão, tornou-se próspero porque “o Senhor estava com José”.¹⁸ Vocês podem estar em circunstâncias difíceis, assim como José, e se o Senhor estiver com vocês e os apoiar, vocês terão a ajuda Dele e prosperarão da maneira que for precisa. Portanto, meus amigos, perseverem um pouco mais através da dificuldade — aguentem um pouco mais. Dependam do Senhor. Ele lhes confia essa experiência e esse crescimento, e vocês não precisam fazê-lo sozinhos. Ele vai ajudá-los. Ele acredita sinceramente em vocês, minhas irmãs e meus irmãos. E quando esses desafios surgem, muitas vezes é hora de vocês verem o que Ele já vê em vocês. Vocês vão adquirir uma compreensão mais profunda do grande amor que Ele tem por vocês.

Quando vocês entregarem as incertezas, a mágoa, a complexidade, a injustiça, os relacionamentos difíceis e os próximos passos de sua vida ao cuidado Dele, Ele andará ao seu lado. E por meio de sua fé e do amoroso sacrifício do Senhor, Ele os guiará e transformará suas pedras de tropeço em degraus e lhes dará grinalda pelas cinzas de sua vida.¹⁹ No livro de Alma, lemos:

Porque Deus é poderoso para cumprir todas as suas palavras.

Pois ele cumprirá todas as promessas que [lhes] fizer.²⁰

Todas as bênçãos da Expiação misericordiosa de Jesus Cristo são garantidas por meio de seu relacionamento por convênio com Deus. Aceitem o desejo Dele de abençoá-los! Invistam nesse relacionamento, esforcem-se para guardar seus convênios, procurem se arrepender com frequência, passem tempo com o Senhor, aprendam Dele e amem-No de todo o coração. Não há busca maior e nada mais gratificante ou significativo do que “[conhecer-te], a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.²¹

Terceiro, podemos encontrar o alívio do Salvador ao levarmos Seu alívio a outras pessoas.

Madre Teresa frequentemente dizia que o maior sofrimento é sentir-se sozinho, indesejado e não amado.²²

Vocês podem encontrar o alívio do Salvador para não se sentirem sozinhos e não amados quando levam Seu alívio a outras pessoas. Houve várias ocasiões em que senti que algo estava faltando ou precisei de ajuda (isso acontece muito comigo), e senti que deveria me concentrar nas necessidades de outra pessoa. Fazer isso trouxe as bênçãos de que eu não sabia que precisava.

A esse respeito, a ministração tem sido uma bênção constante em minha vida. Sou eternamente grata por essa bênção e responsabilidade que tenho por causa de meus convênios. Toda vez que me esforcei para amar e orar por aqueles a quem ministro, fui profundamente abençoada, e me sinto uma pessoa mudada. Não tem sido fácil. A vida é muito corrida, e às vezes não sinto que tenho forças. Mas, quando eu decido levar o alívio do Salvador aos outros, Ele sempre me ajuda a fazê-lo. E, em troca, Ele me proporciona meu próprio alívio. Ele fará o mesmo por vocês. Eu já vi isso inúmeras vezes e posso testificar que essa é a maneira amorosa do Senhor — um padrão divino de cuidar uns dos outros.

Como mencionei, muitas vezes o alívio de que precisamos vem através daqueles que estão ao nosso redor. E nem sempre parece como achamos que deveria. Ao orarmos pedindo ajuda, também precisamos estar dispostos a aceitar a maneira em que Ele está tentando responder a essas orações!

Certa noite, eu estava tentando escrever um discurso semelhante a este, e eu precisava terminá-lo logo. Mas eu simplesmente não conseguia. Eu tinha orado pedindo Sua ajuda, mas senti como se estivesse lutando contra algo.

Enquanto eu ficava frustrada, minha irmã ministradora me mandou uma mensagem de texto e disse: “Posso passar na sua casa agora?”

Pensei: “Agora não“.

Mas então, outro pensamento veio subitamente à minha mente: “Agora sim. Deixe que ela venha”.

Joguei a toalha e abri mão da minha mentalidade de eficiência e ao que achava que tinha que fazer, e convidei-a para vir.

Ela veio e conversamos na varanda da minha casa. Foi uma conversa simples, mas sincera, e senti um poder de cura nela. O Espírito encheu nosso coração. Senti-me renovada. Senti Sua paz, Seu amor e Seu alívio. E era disso que eu realmente precisava, não era? Ele queria acalmar meu coração e, em essência, ter uma conversa comigo. Ele queria que eu sentisse paz, estivesse presente, sentisse gratidão e não me preocupasse.

O Senhor estava tentando responder à minha oração enviando essa irmã inspirada para me visitar. Essa foi, de certa forma, uma visita Dele, e Seu Espírito curou meu coração. Com esse alívio, pude receber e escrever o discurso que era necessário.

Muitas vezes pensamos que a verdadeira ajuda humanitária é enviar um cobertor para um país estrangeiro ou viajar para oferecer auxílio em casos de desastres. E essas são causas muito nobres. Mas, como disse a Presidente Johnson: “Talvez a melhor ajuda humanitária seja estender a mão para o outro lado da cerca ou da rua”.²³

Quarto, podemos encontrar o alívio do Salvador em nossos relacionamentos pessoais.

Um homem que conheci no sul da Califórnia disse que nem sempre teve um bom relacionamento com seu Pai Celestial e o Salvador, mas, assim que começou a melhorar seu relacionamento com Deus, todos os relacionamentos de sua vida foram elevados. Em sua família, no trabalho, na igreja, tudo melhorou.

Quando desenvolvemos nosso relacionamento por convênio com Deus, todos os nossos outros relacionamentos são elevados. Ao guardarmos nossos convênios de todo o coração e adorarmos na casa do Senhor, recebemos a força e o poder para navegar e nutrir nossos relacionamentos com mais revelação pessoal, paz²⁴ e ajuda divina. Fazer o trabalho do templo e da história da família é uma maneira poderosa e eficaz de trazer cura e ajuda para nossos relacionamentos familiares. O Élder Dale G. Renlund ensinou: “Quando ordenanças são realizadas em favor de pessoas falecidas, os filhos de Deus na Terra são curados”.²⁵

Durante o primeiro ano da pandemia da COVID-19, passei a conhecer e buscar o Senhor de maneiras mais profundas, inclusive por meio da história da família. Lembro-me de que, durante esse período, senti-me inspirada pelo Espírito a visitar meu pai em Idaho, EUA. Eu não o via fazia alguns anos, e na última vez que nos encontramos, tínhamos nos despedido ambos ressentidos. A inspiração era para eu ir no dia seguinte. Eu hesitei, pois sabia que isso provavelmente abriria a possibilidade de mágoa, frustração, raiva e outras coisas, e eu não sentia que tinha a energia para lidar com tudo isso naquele momento. Mas a inspiração estava clara, então enviei uma mensagem para meu pai e disse que eu estava indo visitá-lo.

Dirigi por várias horas naquela manhã seguinte. Era domingo, e naquela época o sacramento estava sendo administrado em casa, então planejei partilhar do sacramento enquanto estava lá. Lembro-me de que, quando parei em frente à casa de meu pai, ele saiu rapidamente e me deu um abraço, o que me pegou de surpresa. Depois, sentei-me em silêncio em sua humilde casa enquanto ele preparava o pão e a água do sacramento. Meio desafinadamente, cantamos um hino e, em seguida, ele se ajoelhou e ofereceu as orações.

Lembro-me bem daquele momento: uma pessoa imperfeita que se esforçava para fazer o certo, ajoelhada e abençoando os emblemas do corpo e do sangue do Salvador. E eu, outra pessoa imperfeita que se esforçava, partilhando dos emblemas sagrados oferecidos. Nós dois buscando arrepender-nos, perdoar e receber cura. Nós dois renovando e refazendo²⁶ nossos convênios com Deus.

Depois do sacramento, estudamos as escrituras daquela semana sobre Alma, o filho, e sua mudança de coração.²⁷ Em seguida, depois do jantar e uma curta caminhada com meu pai, dirigi em silêncio para casa. Eu não tinha dito muito durante aquela visita; senti como se eu fosse um observador, enquanto o Espírito interpretava o que eu estava vendo e sentindo.

Essa experiência foi um pequeno passo, uma pequena mudança em mim, que levou a uma série de outras mudanças em minha vida e nesse relacionamento. Tudo ainda não é perfeito, mas não acho que o Senhor esteja tão preocupado com isso, quanto com o estado de nosso coração — se O estamos buscando e se estamos nos esforçando. Posso sentir que o Senhor está cuidando de minha família e nos ajudando, um passo de cada vez.

Testifico que Deus ama as famílias. Ele deseja curá-las, abençoá-las e ajudá-las a crescer. À medida se achegarem a Deus em seu relacionamento por convênio, vocês sentirão essas pequenas ou grandes inspirações do Espírito, impelindo-os a ajustar algo em seus relacionamentos e agir de modo a trazer as bênçãos de Deus para sua família e outros relacionamentos, tanto aqui na Terra quanto do outro lado do véu.

Quinto, nosso relacionamento por convênio com Deus pode ser uma fonte de alívio.

Quando o Salvador ensinou e ministrou à mulher na fonte de Jacó, Ele descreveu uma fonte de água saltando dentro de cada um de nós.

Jesus pediu de beber à mulher sobrecarregada e disse que, se ela soubesse quem Ele era, ela teria pedido uma bebida e Ele, e Ele lhe teria dado água viva.

Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?

És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, e ele mesmo dele bebeu (…)?

Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;

Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.²⁸

Nosso Pai Celestial e Salvador querem dar-lhes uma abundância de bênçãos — um poço pessoal de água viva — por meio de seus convênios. Os convênios liberam o poder do sacerdócio, o qual libera as bênçãos da Expiação do Salvador.

O Presidente Nelson ensinou: “Cada pessoa que faz convênios em uma pia batismal e no templo — e os guarda — recebe acesso ampliado ao poder de Jesus Cristo. Suplico que ponderem sobre essa verdade maravilhosa!”²⁹

Esse poder expande os recursos e as capacidades dentro de vocês como uma fonte de água viva que permite que vocês naveguem e lidem com os desafios da vida. Até os ajuda a receber alegria em meio à dificuldade. Esse poder se manifesta por meio da companhia de Seu Espírito.³⁰

Ao refletir sobre essa fonte pessoal dentro de cada um de nós, pensei em algo que vi muitas vezes ao fazer trilhas no sul de Utah. No verão passado, fiz uma caminhada com minhas irmãs em uma área remota do Parque Nacional de Canyonlands. É uma área deslumbrante e tranquila, com desfiladeiros, prados e torres de pedra. Ao longo dessa caminhada bela e desafiadora de quase 20 quilômetros, fui especialmente atraída pelo propósito e pela função das crostas escuras e irregulares que se formavam ao longo das trilhas. Essas crostas são chamadas de crostas biológicas de solo ou biocrostas.³¹ E, para assombro de minhas companheiras de caminhada, passei muito tempo tirando fotos desse solo fascinante.

Ao ler sobre as crostas biológicas de solo e como elas se formam, aprendi que há cianobactérias no solo que ficam adormecidas quando estão secas. Quando molhadas, as bactérias se movem pelo solo e deixam para trás fibras pegajosas que formam uma rede que une as partículas do solo. Isso cria uma camada espessa de biocrosta. As biocrostas regulam a erosão para que os sedimentos não sejam levados pela chuva ou pelo vento. É por isso que esta área não está coberta de dunas de areia.

Essa camada de biocrosta também age como uma esponja, absorvendo e armazenando água para as plantas utilizarem, permitindo que sobrevivam às condições áridas e quentes. Com o tempo, outros organismos também crescem no solo e, juntos, criam uma biocrosta viva e contínua que ajuda a manter a vida no deserto. Essa biocrosta viva, aparentemente simples e dispensável, proporciona maneiras poderosas de sustentar a vida em um lugar onde não deveria haver vida! E ainda assim, ela sustenta as plantas, a vida selvagem e até mesmo as pessoas. Que criação incrível!

A biocrosta, embora poderosa em sua capacidade de sustentar a vida, também é muito delicada e pode ser facilmente esmagada e morta por um passo humano. A biocrosta leva tempo para se desenvolver, e crosta madura pode levar 50 anos para se fortalecer.³²

Assim como essa biocrosta viva e contínua sustenta a vida e proporciona alívio, nosso relacionamento por convênio com Deus cria um ecossistema pessoal vivificante que pode nutrir a nós e às pessoas ao nosso redor em meio aos desertos áridos de nossa vida.

Como isso é possível? Por meio das águas vivas de Jesus Cristo — Sua Expiação. À medida que guardamos nossos convênios com Deus, recebemos Seu poder do sacerdócio — o poder de Sua Expiação — que expande nossa capacidade como uma fonte inesgotável de água. Recebemos maior capacidade de resolver problemas, maior capacidade de sentir e confiar no amor e na aprovação divinos, maior capacidade de resistir ao pecado, maior capacidade de receber paz e alegria, maior força para perseverar, maior capacidade de arrepender-nos e crescer, maior capacidade de ser pacientes e maior capacidade de receber orientação e proteção.

O vínculo que existe entre vocês e Deus por causa de seus convênios crescerá e aumentará assim como a biocrosta viva cresce ano após ano; leva tempo para se desenvolver. E vai abençoar outras pessoas porque é isso que o amor de Deus e a Expiação do Salvador fazem. Eles trazem vida e crescimento a um mundo sombrio e moribundo. Eles trazem alegria e esperança ao coração deprimido.

Testemunhei isso em minha própria vida. À medida que meu relacionamento com o convênio se fortalece, também aumenta minha capacidade de amar a Deus de todo o coração e de fazer a vontade Dele.

Esse relacionamento sustenta a vida e é autossustentável. Assim como a biocrosta cresce de forma apesar das condições severas, seu relacionamento com Deus pode se desenvolver de forma constante apesar das condições severas do mundo. Em seu relacionamento por convênio, vocês irão encontrar alívio das expectativas mundanas e do sentimento de precisar da aprovação do mundo. À medida que seu relacionamento com Deus se desenvolver e crescer, o mesmo acontecerá com seu ecossistema espiritual, e sua biocrosta se tornará mais espessa e resistente aos efeitos erosivos do mundo. Vocês não serão levados por todo vento de tentação ou pelas tendências sociais. Também não ficarão sem água e nutrição durante os períodos quentes e áridos de adversidade que surgirão em sua vida.

Em seu relacionamento protetor de convênio com Deus, Ele vai ajudá-los a se arrependerem, resistirem à tentação e criarem lugares de refúgio em sua vida nos quais serão nutridos por paz, perdão, cura, segurança e crescimento.

Deus nos faz prosperar em nosso deserto. Com Deus, podemos prosperar no deserto. Sem Deus, mesmo em uma terra fértil, no final, não podemos prosperar.

É interessante notar que muitas vezes nas escrituras, Deus nos mostra um povo sendo guiado e apoiado em terras e desertos áridos e inférteis — Abraão e Sara, Moisés e os filhos de Israel, Néfi e Leí com suas famílias viajando pelo deserto, os primeiros Santos viajando para o Oeste para o deserto que agora habitamos.

Por que o contraste de vida em uma terra árida e infértil? Acho que o Senhor quer mostrar-nos que é por meio de Seu poder e Seu amor por nós que podemos ter vida tanto de maneira espiritual quanto material, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Ele quer que exerçamos nossa fé Nele, que cresçamos e recebamos uma alegria maior. Tem menos a ver com nossas circunstâncias, e tem tudo a ver com nosso relacionamento por convênio com Deus. A verdadeira estabilidade provém da fé em nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele é nosso maior Provedor e Alívio.

Para encerrar, gostaria de compartilhar o que nosso profeta disse:

Se desejamos suportar os perigos e as pressões que estão por vir, é imperativo que tenhamos um alicerce espiritual firme edificado sobre a rocha de nosso Redentor, Jesus Cristo. (…)

O templo encontra-se no cerne do fortalecimento de nossa fé e de nossa força espiritual porque o Salvador e Sua doutrina são a essência do templo. (…) As ordenanças essenciais de Cristo nos unem a Ele por meio dos convênios sagrados do sacerdócio. Então, à medida que cumprimos nossos convênios, Ele nos investe com Seu poder de fortalecimento e cura. E, ah, como precisaremos de Seu poder nos dias que estão por vir!³³

Adoro ir à casa do Senhor para receber alívio do mundo.

Eu os convido a irem à Sua casa santa com a maior frequência possível para aprenderem Dele, receberem Seu amor e estarem armados com Seu poder do sacerdócio.³⁴ Continuarão a surgir momentos em que precisaremos exercer uma fé maior no Salvador. E podemos nos preparar ao escolher o Salvador hoje, mesmo nas pequenas coisas, guardando nossos convênios e levando Seu alívio para outras pessoas.

Se vocês ainda não recebeu as bênçãos da casa do Senhor, convido-o a estudar sobre as bênçãos dos convênios do templo e do poder do sacerdócio, e pondere sobre o que Deus deseja para vocês. Essas bênçãos são destinadas a vocês! Deus quer que cada um de Seus filhos “[desfrute] das bênçãos de Seu convênio”³⁵ e volte ao lar e à Sua presença. Não demorem³⁶ para receber Seu amoroso alívio, poder e ajuda.

O Presidente Nelson disse:

Se eu pudesse falar a cada homem ou mulher que anseia pelo casamento, mas ainda não encontrou seu companheiro eterno ou sua companheira eterna, eu os exortaria a não esperar o casamento para receber a investidura na casa do Senhor. Comecem agora a aprender e a vivenciar o que significa estar armados com o poder do sacerdócio.

E a cada um de vocês que fez convênios do templo, suplico que busquem — em espírito de oração e consistentemente — compreender os convênios e as ordenanças do templo. Portas espirituais se abrirão. Vocês aprenderão como abrir o véu entre o céu e a Terra, como pedir que os anjos de Deus os atendam e como receber orientação do céu de um modo melhor.³⁷

Que poderosas bênçãos nos aguardam! Nosso Pai Celestial deseja abençoá-los, irmãos e irmãs. Ele os ama e deseja que tenham felicidade e paz. Ele deseja abençoá-los por meio de seus convênios. As bênçãos de um relacionamento por convênio serão suas se escolherem Jesus Cristo e Seu alívio infalível.

Testifico que Jesus Cristo vive. Ele é o Filho Unigênito do Pai. Ele veio a esta Terra, sofreu dores e angústias inimagináveis e morreu por vocês e por mim para que, por meio Dele, possamos ser redimidos e verdadeiramente libertos se nos arrependermos. Os convênios e as ordenanças de Seu evangelho foram restaurados na Terra. Sei que nosso Pai Celestial os ama e que o Salvador e Redentor do mundo anseia por abençoá-los. Testifico dessas coisas em nome de Jesus Cristo. Amém.

© Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados.