Não percam sua confiança. Não esqueçam o que já sentiram um dia. Não ponham em dúvida a experiência que tiveram. Essa perseverança foi o que salvou Moisés quando o adversário o confrontou, e será isso que vai salvar vocês.
Pretendemos modificar a tradução se for necessário. Para dar sugestões, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu
Há uma lição no relato do Profeta Joseph Smith sobre a Primeira Visão que praticamente todos nesta congregação tiveram ocasião de vivenciar, ou em breve vivenciarão. É a pura e muito sóbria verdade que antes de grandes momentos — e certamente antes de grandes momentos espirituais — podem surgir adversidade, oposição e escuridão. A vida nos reserva algumas dessas situações e vez por outra elas surgem justamente quando nos aproximamos de uma decisão importante ou de um passo decisivo em nossa vida.
No maravilhoso relato que raramente lemos, Joseph disse que mal havia começado sua oração quando sentiu um poder de influência surpreendente sobre ele. Densa escuridão, como ele descreveu, se reuniu ao seu redor e parecia determinada a destruí-lo completamente. Mas ele exerceu todas as suas forças para clamar a Deus que o livrasse do poder desse inimigo e, assim que o fez, um pilar de luz mais brilhante do que o sol do meio-dia desceu gradualmente até repousar sobre ele. Assim que a luz apareceu, Joseph foi libertado do inimigo que o sujeitava. O que se seguiu foi a maior epifania desde os acontecimentos que envolveram a crucificação, a ressurreição e a ascensão de Cristo no meridiano dos tempos. O Pai e o Filho apareceram a Joseph Smith, e a dispensação da plenitude dos tempos começou (Ver JS—H 1:15–20).
A maioria de nós não precisamos de mais lembretes do que já tivemos de que há alguém que personifica “oposição em todas as coisas”, que “um anjo de Deus” caiu “do céu” e, ao fazê-lo, tornou-se “miserável para sempre”. Que destino arrepiante! Leí nos ensina que, como esse é o destino de Lúcifer, “ele procurou também a miséria de toda a humanidade” (2 Néfi 2:11, 17–18). Certamente essa deve ser a fonte eclesiástica de origem do pequeno ditado familiar que “a miséria ama companhia”.
Um devocional da manhã poderia ser dedicado a esse assunto da forte oposição preliminar e antecipatória do adversário a muitas das coisas boas que Deus reserva para nós. Mas hoje quero passar essa observação para outra verdade que talvez não reconheçamos tão prontamente. É uma lição sobre a disputa esportiva que nos lembra de que “não termina até que de fato termine”. É o lembrete de que a luta continua. Infelizmente, não devemos achar que Satanás foi derrotado com esse primeiro e forte avanço que tão drasticamente nos ilumina e nos leva para a frente.
Para ilustrar meu ponto de forma mais vívida, vou recorrer a uma outra passagem das escrituras, de fato, a uma outra visão. Vocês devem se lembrar de que o livro de Moisés começa com ele sendo arrebatado a “uma montanha sumamente alta” onde, diz a escritura, “viu Deus face a face, e falou com ele, e a glória de Deus estava sobre Moisés” (Moisés 1:1–2). O que se seguiu foi o que acontece com os profetas que são levados para montanhas elevadas. O Senhor disse a Moisés:
Olha e mostrar-te-ei as obras de minhas mãos (…).
E (…) Moisés (…) viu a Terra; sim, toda ela; e não houve uma partícula dela que ele não visse, discernindo-a pelo Espírito de Deus.
E também viu seus habitantes; e não houve uma só alma que não tivesse visto. (Moisés 1:4, 27–28)
Essa experiência é notável em todos os aspectos. É uma das maiores revelações concedidas na história humana. Está entre os maiores relatos que temos da experiência de qualquer profeta com a divindade.
Mas a mensagem de Moisés para vocês hoje é: “Não baixem a guarda”. Não suponham que uma grande revelação, um momento maravilhoso e iluminado ou a abertura de um caminho inspirado constituem o fim. Lembrem-se: o jogo não acaba antes do apito final. O que aconteceu com Moisés logo em seguida, após aquele momento de revelação, seria quase uma loucura se não fosse tão verdadeiro e tão real. Em uma tentativa de continuar sua oposição, em seu incansável esforço para abalar, seja mais tarde ou mais cedo, Lúcifer surgiu e, com uma mistura de raiva e ira após Deus se revelar ao profeta, gritou: “Moisés, adora-me.” Mas Moisés não aceitou isso. Ele tinha acabado de ver a coisa verdadeira, e em comparação, essa apresentação foi absolutamente patética.
Moisés olhou para Satanás e disse: Quem és tu? (…) onde está a tua glória, para que te adore?
Pois eis que eu não poderia olhar para Deus, a não ser que sua glória estivesse sobre mim (…). Mas posso olhar para ti como homem natural (…).
Onde está a tua glória, porque para mim é treva? E posso discernir entre ti e ele (…).
Vai-te, Satanás, não me enganes. (Moisés 1:13–16)
O registro, então, retrata uma reação que foi tanto patética quanto assustadora.
E então, quando Moisés pronunciou essas palavras, Satanás clamou com alta voz e bramou sobre a terra e ordenou, dizendo: Eu sou o Unigênito; adora-me.
E aconteceu que Moisés começou a temer muito; e ao começar a temer, viu a amargura do inferno. Não obstante, clamando a Deus [a própria frase usada por Joseph Smith], recebeu forças e ordenou, dizendo: Retira-te de mim, Satanás, porque somente a este único Deus adorarei, o qual é o Deus de glória.
E então Satanás começou a tremer e a terra estremeceu (…).
E aconteceu que Satanás clamou com alta voz, com choro e pranto e ranger de dentes; e dali se retirou. (Moisés 1:19–22)
Então Satanás partiu, para novamente retornar, podemos ter certeza disso, mas sempre será derrotado pelo Deus de Glória — sempre.
Eu gostaria de encorajar cada um de vocês hoje a respeito da oposição que muitas vezes surge depois de decisões inspiradas e depois de momentos de inspiração e convicção que nos trazem paz e uma certeza que pensávamos que jamais perderíamos. Em sua epístola aos hebreus, o apóstolo Paulo procurou incentivar os novos membros que acabavam de se unir à Igreja, que, sem dúvida, haviam tido experiências espirituais e recebido a luz pura do testemunho, mas que logo haviam descoberto que seus problemas não haviam acabado, e que alguns haviam apenas começado.
Isso me faz lembrar da declaração do Presidente Hugh B. Brown sobre o casamento. Ele disse que sempre lhe fora dito que, quando se casasse, seria o fim de seus problemas. No entanto, depois de se casar, descobriu que estavam se referindo ao começo deles. Agora, vocês ex-missionários que ainda estão aí solteiros, nem pensem em rir. A manhã não acabou, ainda não terminei!
Paulo suplicou àqueles membros novos na mesma maneira em que o Presidente Hinckley está suplicando aos membros novos hoje em dia. Ele nos lembra que não podemos entrar em uma guerra de tamanho significado com consequências eternas sem ter em mente que haverá combate — um combate em que sairemos vitoriosos, mas mesmo assim um combate. Paulo disse aos que achavam que um novo testemunho, uma conversão pessoal ou uma experiência batismal espiritual os levariam para além dos problemas: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições” (Hebreus 10:32; grifo do autor).
Então veio este tremendo conselho, que é o cerne de meu conselho a vocês e o título de minhas palavras nesta manhã:
Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande galardão.
Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa (…).
(…) [se alguém] recuar, a minha alma não tem prazer nele (…).
(…) Nós (…) não somos daqueles que retrocedem para a perdição. (Hebreus 10:35–36, 38-39; grifo do autor)
Em linguagem da Igreja, isso quer dizer: “Sim, é difícil — antes de você filiar para a Igreja, enquanto você está tentando se filiar a ela e depois que você já se filiou.” Sempre foi assim, disse Paulo, mas ele avisou: “Não retrocedam”. Não entrem em pânico e não recuem. Não percam sua confiança. Não esqueçam o que sentiram um dia. Não ponham em dúvida a experiência que tiveram. Essa persistência foi o que salvou Moisés quando o adversário o confrontou, e será isso que vai salvar vocês.
Suponho que todos os ex-missionários e provavelmente todos os conversos que estão escutando sabem exatamente do que estou falando: lições missionárias canceladas, exemplares do Livro de Mórmon devolvidos, datas de batismo não cumpridas. E assim acontece durante as lições, compromissos, batismo, e as primeiras semanas e meses na Igreja e mais ou menos para sempre. Pelo menos o adversário o perseguiria para sempre, se ele achasse que poderia ver qualquer fraqueza de determinação ou qualquer rachadura em sua armadura — mesmo que seja depois do fato.
Essa oposição aparece sempre que algo de bom acontece. Pode apresentar-se quando vocês tentam dedicar-se aos estudos. Pode bater-lhes de frente após um mês no campo missionário. Por certo se faz presente em questões ligadas ao amor e ao casamento. (Agora voltando aos missionários retornados). Gostaria de ter um dólar para todos os namorados que souberam que sentiram a orientação do Senhor em sua relação, oraram sobre a experiência o suficiente para saber que era a vontade do Senhor, sabiam que amavam um ao outro e gostavam da companhia um do outro, e viam uma vida inteira de maravilhosa compatibilidade pela frente — só para entrarem em pânico, ficarem totalmente confusos e serem tomados por um medo paralisante. Eles “retrocedem”, como Paulo disse — se não para a perdição, pelo menos para a paralisia conjugal.
Não estou dizendo que vocês não devam ser cuidadosos com algo tão significativo e sério quanto o casamento. E certamente não estou dizendo que um rapaz possa receber uma revelação de que deve se casar com uma determinada pessoa sem que essa moça receba a mesma confirmação. Tenho visto muitas dessas revelações unilaterais na vida dos jovens. A cada decisão importante, é preciso ponderar e tomar precauções, mas, ao finalmente terem sua iluminação, não cedam à tentação de abandonar o que é bom. Se era certo quando vocês oraram a respeito, confiaram e viveram de acordo, continua a sê-lo. Não desistam quando a pressão se intensificar. Vocês podem encontrar um apartamento. Vocês podem conquistar sua sogra. Vocês podem vender sua gaita e assim poder comprar mais uma refeição. Já foi feito antes. Não se entreguem, em hipótese alguma, ao ser que se dedica integralmente à destruição de sua felicidade. Ele quer que todos sejam tão miseráveis como ele próprio. Enfrentem suas dúvidas. Controlem seus medos. “Não [rejeitem], pois, a [sua] confiança”. Permaneçam no caminho e vejam a beleza da vida descortinar-se diante de seus olhos.
Para ajudar-nos a passar por essas experiências, esses momentos importantes de nossa vida, deixem-me mostrar outra referência de Moisés nas escrituras. Foi dada nos primeiros dias desta dispensação quando a revelação era necessária, quando um caminho verdadeiro estava sendo estabelecido e precisava ser continuado.
Praticamente todos na sala conhecem a fórmula para revelação dada na seção 9 de Doutrina e Convênios — os versículos sobre estudá-la em sua mente e o Senhor prometendo confirmar ou negar. O que a maioria de nós não lê em conjunto com isso é a seção que a precede — a seção 8. Nessa revelação, o Senhor definiu a revelação:
Te falarei em tua mente e em teu coração, pelo Espírito Santo que virá sobre ti e que habitará em teu coração. [Adoro a combinação de mente e coração. Deus nos ensinará de modo razoável e de uma maneira reveladora — mente e coração combinados pelo Espírito Santo].
Ora, eis que este é o espírito de revelação; eis que este é o espírito pelo qual Moisés conduziu os filhos de Israel através do Mar Vermelho, em terra seca. (D&C 8:2–3; grifo do autor)
Uma pergunta: Por que o Senhor usaria o exemplo de atravessar o Mar Vermelho como exemplo clássico do “espírito de revelação”? Por que não usou a Primeira Visão? Ou o exemplo do livro de Moisés que acabamos de usar? Ou a visão do irmão de Jarede? Ele poderia ter usado qualquer um desses, mas não o fez. Ele tinha outro propósito em mente.
Geralmente pensamos na revelação como informação. Simplesmente abra os livros para nós, Senhor, assim: Qual era o significado político da Compra da Luisiana ou a essência da segunda lei da termodinâmica? É óbvio que, quando vocês veem esse tipo de pergunta em uma prova, vocês precisam de revelação. Alguém disse que, desde que haja provas finais, a oração nunca será eliminada das escolas. Mas, além do fato de que vocês provavelmente não receberão esse tipo de revelação — porque nesta Igreja não acreditamos em criação vinda do nada, especialmente quando falamos de provas — esse é um conceito de revelação muito limitado. Posso sugerir como a seção 8 amplia nosso entendimento da seção 9, particularmente à luz desses “combates de aflição” dos quais Paulo falou e que tenho conversado.
Primeiramente, a revelação quase sempre vem em resposta a uma pergunta, geralmente uma pergunta urgente — nem sempre, mas geralmente. Nesse sentido, ele fornece informações, mas são informações urgentemente necessárias, informações especiais. O desafio de Moisés era encontrar um meio de livrar a si mesmo e aos filhos de Israel desta terrível situação em que se encontravam. Havia carruagens atrás deles, dunas de areia de todos os lados e muita água logo à frente. Ele precisava ser guiado para saber o que fazer, mas não estava pedindo algo banal. Nesse caso, tratava-se literalmente de um caso de vida ou morte.
Vocês também precisarão de informações, mas para assuntos de pouca importância é pouco provável que as consigam a menos que as queiram urgente, fiel e humildemente. Morôni chama isso de buscar “com real intenção” (Morôni 10:4). Se buscarem dessa maneira e permanecerem com esse espírito, não há muito que o adversário possa fazer para desviá-los de um caminho virtuoso. Vocês podem se segurar, seja qual for a agressão e aflição, porque pagaram o preço — pelo menos figurativamente — para ver a face de Deus e viver.
Assim como Moisés em sua visão, algumas dúvidas conflitantes e alguma confusão podem vir depois, mas elas vão ficar claras quando vocês as medirem contra as coisas verdadeiras. Lembrem-se das coisas verdadeiras. Lembrem-se de como vocês precisavam muito de ajuda em outras ocasiões e a conseguiram. O Mar Vermelho irá abrir-se a quem buscar revelação honestamente. O adversário tem poder para obstruir o caminho, reunir as forças do Faraó e dificultar nossa fuga às margens das águas, porém ele não é capaz de produzir a coisa verdadeira. Ele não pode vencer ao menos que o permitamos. Se usarmos “todas as nossas forças para clamar a Deus”, a luz retornará, a escuridão se afastará e estaremos em total segurança. Essa é a primeira lição que temos que aprender ao cruzarmos nosso Mar Vermelho usando o espírito de revelação.
A lição número dois está relacionada à primeira. No processo de revelação e tomada de decisões, o medo desempenha um papel destrutivo, por vezes paralisante. Para Oliver Cowdery, que perdeu a oportunidade de uma vida inteira porque não a aproveitou durante todo esse tempo, o Senhor disse: “Foi por não teres continuado como no princípio”. Isso não se assemelha ao caso daqueles que foram iluminados e depois sucumbiram diante de dúvidas e reconsideraram sua opção? “Não convém que traduzas neste momento”, disse o Senhor em uma linguagem que devia ter sido muito difícil para Oliver ouvir. “Eis que era conveniente quando começaste, mas temeste e a hora passou; e agora não convém” (D&C 9:5, 10–11; grifo do autor).
Cada um de nós corre o risco de temer. Vocês o fazem, e eu o faço. Conseguiram identificar a frase que tentei destacar ao ler o relato da Pérola de Grande Valor? Por um momento naquela interação, “Moisés começou a temer muito; e ao começar a temer, viu a amargura do inferno” (Moisés 1:20). É naquele momento que se vê a amargura — ao temer.
Esse foi exatamente o problema que afligiu os filhos de Israel à beira do Mar Vermelho. Essa é a segunda lição. Trata-se de permanecer fiel à inspiração anterior. Assim diz o relato, “E chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito”.
Alguns, assim como aqueles que Paulo havia descrito antes, disseram: “Vamos voltar. Não vale a pena. Devemos estar errados. Provavelmente esse não era o espírito certo nos dizendo para sairmos do Egito.” O que eles realmente disseram a Moisés foi: “Por que nos fizeste isso, tirando-nos do Egito? (…) Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto” (Êxodo 14:10–12).
E eu tenho que dizer: “E o que já aconteceu? E os milagres que os levaram até aqui? E os sapos e os piolhos? E a vara e a serpente e o rio de sangue? E a saraiva, os gafanhotos, o fogo e os primogênitos?”
Como esquecemos depressa. Não teria sido melhor ficar e servir aos egípcios, e não é melhor ficar fora da Igreja, adiar o casamento, rejeitar um chamado missionário ou outra oportunidade de servir na Igreja e assim por diante. É claro que nossa fé será testada ao enfrentarmos essas dúvidas e reconsiderações. Em alguns dias, seremos milagrosamente levados para fora do Egito, aparentemente livres e prontos para seguir nosso caminho, apenas para chegar a outro confronto, como se houvesse um Mar Vermelho inteiro diante de nós. Em momentos assim, precisamos resistir à tentação de entrar em pânico e desistir. Nessas situações, o medo é a arma mais potente de que o adversário dispõe contra nós.
E disse Moisés ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor (…). O Senhor pelejará por vós”.
Em confirmação, o grande Jeová disse a Moisés: “Dize aos filhos de Israel que marchem [em frente]” (Êxodo 14:13–15, grifo do autor).
Essa é a segunda lição do espírito de revelação. Após vocês receberem a mensagem, após pagarem o preço para sentir Seu amor e ouvir a palavra do Senhor, “sigam em frente”. Não temam, não vacilem, não hesitem, não reclamem. Talvez vocês tenham que encontrar um caminho que conduza a um caminho incomum assim como Alma indo para Amonia, mas isso é exatamente o que o Senhor estava fazendo aqui pelos filhos de Israel. Ninguém havia atravessado o Mar Vermelho desse jeito, mas e daí? Sempre há uma primeira vez. Com o espírito de revelação, esqueçam seus receios e molhem os dois pés. Nas palavras de Joseph Smith: “Irmãos [e irmãs], não prosseguiremos em tão grande causa? Ide avante e não para trás. Coragem, irmãos; e avante, avante para a vitória!” (D&C 128:22).
A terceira lição do espírito de revelação do Senhor no milagre da travessia do Mar Vermelho é que, junto com a revelação iluminadora que nos guia para um propósito ou dever justo, Deus também fornecerá os meios e o poder para alcançar esse propósito. Confiem nessa verdade eterna. Se Deus disse a vocês que algo está certo, se algo realmente é verdadeiro para vocês, Ele proverá o caminho para que vocês o alcancem. Isso se aplica à filiação à Igreja. Também se aplica a obter uma educação, ir para a missão, casar-se ou qualquer outra coisa dentre as mil coisas dignas a fazer nas suas vidas. Lembrem-se do que o Salvador disse ao profeta Joseph no Bosque Sagrado. Qual era o problema em 1820? Por que não era para Joseph se filiar a nenhuma outra Igreja? Pelo menos em parte porque as outras igrejas “ensinam como doutrina os mandamentos de homens, tendo aparência de religiosidade, mas negam o seu poder” (JS—H 1:19, grifo do autor).
A graça de Deus nos basta! O Senhor disse repetidas vezes a Joseph naqueles primeiros dias difíceis que, assim como na antiguidade, esses filhos modernos de Israel seriam
tirados da escravidão por meio de poder e com um braço estendido (…).
Portanto, que não desfaleça vosso coração (…): Meu anjo irá adiante de vós (…)
(…) e também minha presença; e, dentro de algum tempo, possuireis a boa terra. (D&C 103:17–20)
Qual boa terra? Sua boa terra. Sua terra prometida. Sua Nova Jerusalém. Seu próprio pedacinho de terra fluindo com leite e mel. Seu futuro. Seus sonhos. Seu destino. Acredito que Deus nos leva ao bosque, à montanha ou ao templo individualmente e lá Ele nos mostra as maravilhas que Seu plano nos reserva. Talvez não recebamos uma visão tão completa como a de Moisés, de Néfi ou do irmão de Jarede, mas veremos tudo que precisamos para conhecer a vontade do Senhor a nosso respeito e sabermos que Ele nos ama além de nossa compreensão. Também creio que o adversário e seus lacaios sagazes e ardilosos tentam opor-se a essas experiências e, depois de elas acontecerem, tentam diminuir o brilho delas. Mas esse não é o caminho do evangelho. Esse não é o caminho de um santo dos últimos dias que afirma que o espírito de revelação seja o fato fundamental da Restauração.
Foi justamente a luta contra as trevas e o desespero e a busca pela luz que iniciaram esta dispensação. É isso que a sustém, e é o que há de suster vocês. Com Paulo, lhes digo:
Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande galardão.
Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. (Hebreus 10:35–36)
Reconheço que a oposição e a adversidade são reais, mas presto meu testemunho do Deus de Glória, do Redentor e Filho de Deus, que trazem luz, esperança e um futuro brilhante. Prometo-lhes que Deus vive e ama cada um de vocês e que Ele impõe barreiras e limites aos poderes opositores das trevas. Testifico que Jesus é o Cristo, o vencedor sobre a morte e o inferno e o Decaído que lá trama. O evangelho de Jesus Cristo é verdadeiro e foi restaurado, assim como cantamos e testificamos nesta manhã.
“Não temais.” E quando o segundo e o terceiro e o quarto golpes chegarem, “não temais (…). O Senhor pelejará por vós”. “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança.” Digo isso no sagrado e santo nome de nosso Protetor e Redentor, sim, o Senhor Jesus Cristo. Amém.
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Jeffrey R. Holland, membro do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, deu esse discurso de devocional na BYU em 2 de março de 1999.