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Devocional

Mesmo que a estrada seja longa e penosa

Presidente da Universidade Brigham Young e esposa

18 de janeiro de 1983

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Talvez vocês não verão todo o significado de seu esforço em sua própria vida. Mas seus filhos verão, ou os filhos de seus filhos verão, até que finalmente vocês, com todos eles, possam fazer o Brado de Hosana.


Pretendemos modificar a tradução se for necessário. Para dar sugestões, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu

Patricia T. Holland

Pouco antes da cerimônia de formatura na primavera passada, meu marido recebeu uma carta de um aluno que dizia algo assim:

Caro Presidente Holland

Estou concluindo meu bacharelado na BYU este mês e vou me formar na próxima cerimônia de formatura. Meus pais estão aliviados, meus professores estão surpresos e estou muito ansioso. As coisas podem dar errado, o Senhor sabe, até mesmo nesta hora.

E isso traz minha única queixa com o Senhor. É esse negócio de chegar atrasado em um encontro. As meninas com quem estou saindo chegam tão atrasadas que a maioria delas nunca aparece. Eu achava que parte do contrato com a BYU era que eu me casaria antes de me formar. Bem, o Senhor tem pouco menos de três semanas para encontrar alguém ou quero meu dinheiro de volta.

Atenciosamente,

Obviamente, esta carta foi escrita como piada, mas eu fico preocupada que alguns de vocês – especialmente as mulheres na universidade, estejam tendo dificuldades com sua vida social mais do que gostariam. Imagino que haja muitos que gostariam de namorar e que desejariam ter um pedido de casamento garantido antes da formatura. Com a chegada do frio, vocês podem estar se sentindo tão indesejados quanto o sorvete no inverno.

Se vocês estão decepcionados com o romance – ou a falta dele – peço que façam exatamente o que esse aluno fez: mantenham o senso de humor, conservem sua meta de casamento como o importante mandamento que é. E dediquem suas energias a se tornar melhores! Não percam seu tempo reclamando sobre o que falta em sua vida romântica. Reclamar demais gasta a saliva. Fiquem animados com sua oportunidade de crescer, se desenvolver e se tornar a melhor versão de si mesmos.

Vocês têm muito potencial, e este é o melhor lugar em todo o mundo para desenvolver esse potencial. Este é o momento e este é o lugar!

É interessante para mim que o resto do mundo esteja descobrindo o que foi dado há muito tempo nas escrituras. Recentemente li isto: “Apenas uma pequena parte do que somos é desenvolvida e há um enorme potencial no ser humano” (Leo Buscaglia, Amor [Nova York: Fawcett, 1982], p. 19). [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Em seu livro, The Politics of Experience, [A política da experiência] R. D. Laing disse: “O que pensamos é menos do que sabemos: O que sabemos é menos do que amamos: O que amamos é muito menos do que há. Somos, pois muito menos do que somos” (R.D. Laing in The Politics of Experience, p. 19). [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.] Sem sermos presunçosos, sabíamos disso desde o início da Restauração. Certamente, esse deve ser nosso próprio desafio empolgante para nos tornarmos – crescer, ver, sentir, tocar, cheirar, ouvir, acreditar. Não há tempo para uma historinha de romance barata ou uma boca seca sem saliva de tanto falar com esse tipo de atitude.

Em resposta à pergunta das pessoas da caótica Hollywood se ela “era alguém”, Marilyn Funt escreveu o livro Are You Anybody? [Você é alguém?]. Ela disse:

Eu costumava pensar que ser alguém significava o reconhecimento público de seus esforços. Errado. Agora sei que a sensação de ser alguém vem do trabalho árduo e do crescimento pessoal. Estar no controle da minha vida me faz responder a essa pergunta com um firme “Sim!” [Nova York: Pinacle Basic Books, 1981] [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Se isso não parecesse inadequado para a esposa do Presidente da BYU, diante do público televisivo, eu gostaria deixar claro para vocês para que vejam em si mesmos o que eu vejo em vocês. As únicas limitações que vocês têm são aquelas que vocês impõem a si mesmos. Todas as ferramentas e textos estão aqui, em suas mãos. Mas, às vezes, não conseguimos reconhecer o verdadeiro propósito e o significado do momento que temos o direito de vivenciar. Isso porque muitos de nós aprendemos apenas através do cérebro e não pelo coração!

Um homem ou uma mulher comum ouvirá apenas o que é comum, mas um homem ou uma mulher conectados aos poderes do céu aprenderão a ser herdeiros desses poderes.

Quando Cristo estava prestes a ser crucificado, ele disse: “Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu, que dizia: Já o glorifiquei, e outra vez o glorificarei” (João 12:28). Alguns dos presentes não ouviram nada além de um barulho (pensaram que era um trovão); outros ouviram apenas palavras e pensaram que um anjo havia falado a eles. Apenas alguns ouviram as palavras como elas eram, e sabiam que Deus as havia dito!

“Respondeu Jesus, e disse: Não veio esta voz por causa de mim, mas por causa de vós” (João 12:30). Ele pode ter dito: “Eu já sei dessas coisas, mas vocês ouviram que vocês também (se estiverem com ele) têm o potencial de glorificar o nome dele?”

Sejam tudo o que vocês podem ser! Se vocês tiverem azeite em suas lâmpadas, vocês descobrirão com que frequência terão a chance de acendê-las. Se vocês se preocuparem o suficiente para se preparar, a luz de vocês atrairá muitos, tanto homens quanto mulheres, que buscarão e apreciarão sua companhia.

Para encerrar, gostaria de compartilhar com vocês uma citação direta de minha irmãzinha que se formou na BYU em 1980, retornou da missão em maio de 1982 e ainda está solteira:

Eu ficava desanimada com o fato de que moças mais jovens do que eu se casaram, mas agora, tendo aprendido o que aprendi com minha educação e especialmente com minha missão, estou entusiasmada com a direção, as oportunidades e os privilégios de crescimento que o Senhor me deu. Terei muito mais a contribuir com meu casamento quando esse momento chegar. E agora, depois de conhecer melhor o Senhor, sei que isso acontecerá no tempo certo!

Eu também acredito nisso — e compartilho com vocês meu testemunho de que o Senhor vive e os ama e dirigirá o crescimento de cada um de vocês, para sempre. Amém.

Jeffrey R. Holland

Essa situação realmente não é a mais confortável. Nem é tão aconchegante quanto a cantina da universidade comendo um prato de nachos. Mas é um grande privilégio estar aqui com vocês, e nos sentimos honrados com esta oportunidade nesta manhã. A própria natureza da nossa assembleia de abertura do semestre exige que eu ressalte as políticas da universidade e as expectativas gerais para um novo ano letivo. Fui bastante franco, até um pouco severo, na esperança de que todos entendessem as firmes expectativas acadêmicas e morais que temos para cada aluno da BYU. Em setembro do ano passado, fui bastante franco em relação a alguns problemas que tivemos na primavera passada e, ao fazer isso, provavelmente fiz algumas repreensões para um público muito grande que não merecia isso. Acho que seria de grande ajuda se vocês levassem essa informação para o público muito pequeno que merecia.

Por essas razões, eu quis estar aqui com todos vocês —  como estamos reunidos nesta manhã sob o véu do nevoeiro, o barulho da chuva fria e a melancolia do inverno — eu gostaria de tornar esta mensagem mais pessoal e mais esperançosa. Com frequência, devo falar sobre a universidade e suas obrigações para com ela. Esta manhã, no entanto, só quero falar sobre vocês. Ao orar e me preparar para esta hora, eu quis ajudar vocês e fazer com que acreditassem que nós os entendemos. Oro para que, mesmo agora, vocês sintam nosso amor, admiração e apreço por vocês.

Resistir e persistir

Falamos muito sobre excelência na BYU hoje em dia e, por definição, a excelência não vem fácil ou rapidamente — nem uma excelente educação, nem uma missão bem-sucedida, nem um casamento forte e amoroso, nem relacionamentos pessoais recompensadores. É simplesmente uma verdade que nada de muito valioso pode vir sem sacrifício, esforço e paciência significativos de nossa parte. Talvez vocês tenham descoberto isso quando viram suas notas no mês passado. Talvez, de outras formas, vocês estejam descobrindo que muitas das recompensas mais esperadas da vida podem parecer muito demoradas.

Minha preocupação nesta manhã é que vocês enfrentem alguns atrasos e decepções nesta fase decisiva de sua vida e sintam que ninguém mais na história da humanidade jamais teve seus problemas ou enfrentou essas dificuldades. E quando alguns desses desafios surgirem, vocês terão a tentação que é comum a todos nós dizer: “A tarefa é demasiadamente difícil. O fardo é demasiadamente pesado. O caminho é demasiadamente longo”. E então vocês decidem parar, simplesmente desistir. Agora, abandonar certos tipos de tarefas não é apenas aceitável, mas muitas vezes algo bem sábio de se fazer. Por exemplo, se vocês tiverem alguma meta inútil, lhes peço que parem. Mas nas tarefas mais cruciais e reveladoras da vida, meu apelo é para que permaneçam firmes, perseverem, resistam e persistam e colham sua recompensa. Ou para ser um pouco mais escriturístico:

Portanto, não vos canseis de fazer o bem, porque estais lançando o alicerce de uma grande obra. E de pequenas coisas provém aquilo que é grande.

Eis que o Senhor requer o coração e uma mente solícita; e os que são solícitos e obedientes comerão do bem da terra de Sião nestes últimos dias. (D&C 64:33–34)

Peço-lhes nesta manhã que não desistam, “porque estais lançando o alicerce de uma grande obra”. Essa “grande obra” são vocês — sua vida, seu futuro, a própria realização de seus sonhos. Essa “grande obra” é o que vocês podem se tornar, com esforço, paciência e a ajuda de Deus. Quando os dias estiverem difíceis ou os problemas parecerem intermináveis, suplico que permaneçam firmes e continuem a perseverar até o fim. Vocês têm o direito de “comer do bem da terra de Sião nestes últimos dias”, mas isso requererá seu coração e uma mente solícita. Isso exigirá que vocês permaneçam em seu posto e continuem tentando.

“Vitória — Vitória a todo custo”

Em 10 de maio de 1940, enquanto o espectro da infâmia nazista se movia implacavelmente em direção ao Canal da Mancha, Winston Leonard Spencer Churchill foi convocado para o cargo de primeiro-ministro da Inglaterra. Ele formou um governo às pressas e em 13 de maio foi à Câmara dos Comuns com seu discurso inaugural.

Eu diria à Casa, como disse àqueles que se juntaram a este governo: nada tenho a oferecer exceto sangue, trabalho, lágrimas e suor.

Temos diante de nós um desafio dos mais graves. Temos diante de nós muitos, muitos e longos meses de luta e sofrimento. Vocês perguntam: qual é nosso plano de ação? Posso dizer: é travar a guerra pelo mar, pela terra e pelo ar, com todo nosso poder e com toda a força que Deus nos possa dar (…) Esse é o nosso plano de ação. Vocês perguntam: qual é o nosso objetivo? Posso responder em uma palavra: é a vitória, vitória a todo custo, a vitória a despeito de todo o terror, a vitória mesmo que a estrada (…) seja longa e penosa, pois sem vitória não há sobrevivência. [Churchill e a ciência por trás dos discursos, Ricardo Sondermann]

Seis dias depois, ele foi ao rádio falar para o mundo. Ele disse:

Este é um dos períodos mais impressionantes da longa história da França e da Grã-Bretanha. Em nossa proteção há um grupo de Estados despedaçados e raças derrotadas: os tchecos, os poloneses, os noruegueses, os dinamarqueses, os holandeses, os belgas – sobre todos os quais a longa noite da barbárie descerá, sem interrupção até mesmo por uma estrela de esperança, a menos que conquistemos, como devemos conquistar; e conquistar, iremos. [Churchill: the Life Triumphant, pág. 91] [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Então, duas semanas depois, ele estava de volta ao Parlamento. “Nós não devemos enfraquecer ou fracassar”,  jurou. 

Continuaremos até ao fim. Lutaremos na França, nos mares e oceanos; lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar. Defenderemos a nossa ilha custe o que custar; lutaremos nas praias, nos locais de desembarque, nos campos, nas ruas e nas colinas. Nunca nos renderemos. [Churchill Society Brasil]

Compartilho estas citações convosco não só porque estão entre os mais instigantes apelos ao patriotismo e à coragem alguma vez proferidos na língua inglesa, mas também porque tive que depender deles pessoalmente uma vez, quando tinha apenas a sua idade.

Há exatamente 20 anos, no último outono, eu estava nos famosos penhascos brancos de Dover, com vista para o Canal da Mancha, o mesmo canal que, 20 anos antes, era a única barreira entre Hitler e a destruição da Inglaterra. Em 1962, eu estava terminando minha missão e eu estava preocupado. Meu futuro parecia muito sombrio e difícil. Meus pais também estavam servindo missão, o que significava que eu estava indo para casa e não sabia onde iria morar e se encontrasse um lugar também não saberia como pagar. Eu havia completado apenas um ano de faculdade e não sabia qual especialidade cursar, onde estudar ou qual carreira seguir. Eu sabia que precisava de mais três anos para obter um diploma de bacharelado e tinha a vaga consciência de que algum tipo de pós-graduação inevitavelmente viria em seguida.

Eu sabia que o preço da faculdade era alto e que os empregos eram escassos. E eu sabia que havia uma guerra alarmantemente mais ampla se espalhando no Sudeste Asiático, o que poderia exigir meu serviço militar. Eu esperava me casar, mas me perguntava quando — ou se — isso poderia acontecer, pelo menos nessas circunstâncias. Minhas esperanças educacionais pareciam um caminho interminável para o desconhecido, e eu mal havia começado.

Portanto, antes de voltar para casa, parei pela última vez nos penhascos do país que eu tanto amava,

Este real trono, esta ilha coroada (…) fortaleza que a Natureza para si construiu contra as doenças e os braços invasores. [A tragédia do Rei Ricardo II, ato 2, cena 1, página 13 tradução em português: A tragédia do Rei Ricardo II (teatroemescala.com)]

Eu li outra vez,

Temos diante de nós muitos, muitos e longos meses de luta e sofrimento. (…) Qual é o nosso objetivo? Posso responder em uma palavra: é a vitória, vitória a todo custo, a vitória a despeito de todo o terror, a vitória mesmo que a estrada (…) seja longa e penosa pois sem vitória não há sobrevivência. (…)

Conquistemos, como devemos conquistar; e conquistar, iremos. (…) Nunca nos renderemos.

Sangue? Trabalho? Lágrimas? Suor? Bem, achei que eu tinha tanto disso quanto qualquer um, então fui para casa tentar o meu melhor. Eu estava, na linguagem da época, prestes a dar o meu máximo esforço, por mais fraco e mínimo que isso pudesse parecer. Agora, no mesmo momento de sua vida, peço que façam o mesmo.

Sonhos e visões

Ao travar essas guerras pessoais, obviamente parte da força para “aguentar firme” vem de algum vislumbre, ainda que tênue e fugaz, do que pode ser a vitória. É tão verdadeiro agora como quando Salomão disse que “Não havendo visão, o povo fica desenfreado” (Provérbios 29:18). Se sua visão do caminho se limita a seus pés, se vocês são incapazes de ver além desta aula ou daquele teste, deste encontro ou daquele colega de quarto, desta decepção ou daquele dilema, então é realmente muito fácil jogar a toalha e parar de lutar. Mas e se for a luta mais decisiva de sua vida? Ou, mais precisamente, se for a luta decisiva por sua vida, sua vida eterna? E se vocês realmente puderem ver e esperar todas as coisas melhores e justas que Deus tem a oferecer, além dessa aula ou daquela prova, desse prospecto de namoro ou daquele colega de quarto, dessa decepção ou daquele dilema? Talvez as lágrimas escorrendo de seus olhos estejam ofuscando sua visão, tornando a luta mais difícil. Para piorar, um dos olhos está se fechando, dificultando ainda mais a visão e quase completamente impedindo que vocês vejam o objetivo final. E vocês dizem: Vale a pena sim, queremos, e lutaremos. Assim como fez Coriântumr, vocês se apoiarão em sua espada para descansar um pouco e depois se levantarão para lutar novamente (ver Éter 15:24–30).

A perseverança de Joseph Smith

Mas vocês se perguntam, como obter essa visão do futuro que ajuda a aguentar firme? Bem, para mim, essa é uma das grandes dádivas do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Não foi sem motivo que no início de sua vida Joseph Smith tenha aprendido esta lição três vezes na mesma noite e mais uma vez na manhã seguinte. Morôni disse, citando o Senhor textualmente, conforme registrado pelo profeta Joel:

 Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos sonharão sonhos, os vossos jovens verão visões.

E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. (Joel 2:28–29)

Sonhando sonhos e vendo visões. O Espírito do Senhor sobre toda a carne — filhos e filhas, velhos e jovens, servos e servas. Posso estar equivocado, mas não consigo imaginar um versículo do Velho Testamento de qualquer tipo que pudesse ter ajudado mais aquele jovem profeta. Ele está sendo chamado para a batalha mais decisiva da sua vida, pela própria vida, ou pelo menos pelo seu verdadeiro significado e propósito. Ele será expulso, caçado e perseguido. Seus inimigos o zombarão e o ridicularizarão. Ele verá seus filhos morrerem, sua terra tomada e seu casamento estremecer. Ele definhará na prisão durante um inverno no Missouri e clamará para o céu, “Ó Deus, onde estás? (…) Até quando (…) ó Senhor, até quando?” (D&C 121:1–3). Finalmente, ele andará pelas ruas de sua própria cidade incerto de quem eram realmente seus amigos ou inimigos, com exceção dos poucos. E todo esse trabalho e dificuldade, dor e suor terminariam maliciosamente em Carthage – quando finalmente havia mais inimigos do que amigos. Abatido por balas disparadas da porta do lado de dentro da cadeia e uma delas vinda de fora, pela janela, ele caiu morto nas mãos de seus assassinos aos 38 anos de idade.

Se o Profeta iria enfrentar tudo isso e muito mais, em uma vida tão conturbada, e se ele finalmente soubesse que destino o aguardava em Carthage, e ele certamente sabia disso, por que simplesmente não desistiu em algum lugar ao longo do caminho? Para que tudo isso? Para que o abuso, a perseguição, o desespero e a morte? Não parece divertido para mim, então por que não fechar a capa de sua Tríplice, entregar seus cartões de Regras de Fé e voltar para casa?

Por que não? Pela simples razão de que ele havia sonhado sonhos e visto visões. Por meio do sangue, do trabalho, das lágrimas e do suor, ele viu a redenção de Israel. Estava em algum lugar — bem sutil, distante — mas estava lá. Assim, ele se manteve firme no trabalho até que Deus disse que sua obra estava terminada.

Os primeiros santos; Realização à frente

E os outros santos? O que eles fariam com um profeta martirizado, um passado de perseguição e agora um futuro desesperançoso? Sem Joseph e Hyrum, eles não deveriam simplesmente sair sorrateiramente também? Para algum lugar? Para qualquer lugar? Qual é o sentido? Eles correram, correram e correram. Eles choraram e enterraram seus mortos. Eles já recomeçaram tantas vezes que suas mãos estão manchadas de sangue e seus corações estão feridos. Em nome da sanidade, da segurança e da paz, por que simplesmente não desistiram?

Bem, foram esses sonhos recorrentes e visões persuasivas. Era força espiritual. Era a realização que eles sabiam que estava por vir, por mais tênue ou distante que fosse.

Em sua primeira conferência geral, realizada três meses após a organização da Igreja, os santos registraram o seguinte:

Foram dadas muitas exortações e instruções, e o Espírito Santo foi derramado sobre nós de maneira milagrosa, muitos de nós profetizaram, enquanto outros tiveram os céus abertos à sua vista. A bondade e a condescendência de um Deus misericordioso criou dentro de nós um sentimento de gratidão arrebatador e nos inspirou com um novo zelo e energia na causa da verdade. [Times and Seasons 4:23] [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Lá estavam eles, aproximadamente 30 membros da Igreja reunidos na minúscula casa de Peter Whitmer em Fayette, planejando derrubar o príncipe das trevas e estabelecer o reino de Deus em todo o mundo. Em todo o mundo? Que presunção! Será que estavam loucos? Teriam eles perdido toda a capacidade de raciocínio? 30 Santos dos Últimos Dias comuns, dispostos a trabalhar o resto de suas vidas? Para quê? Perseguição e dor e talvez mais 30 membros, totalizando 60? Talvez eles viram como seu sucesso pessoal imediato seria limitado e talvez até tenham visto os problemas que estavam por vir, mas eles viram algo mais. Tudo isso tinha a ver com a influência do Espírito Santo e os céus sendo aberto para eles. O presidente John Taylor contou mais tarde sobre essa experiência:

Alguns homens se reuniram em uma cabana; tiveram visões do céu e contemplaram o mundo eterno; olharam para a paisagem do futuro e ficaram maravilhados com as glórias da eternidade. Eles estavam estabelecendo o alicerce para a salvação deste mundo. [HC 6:295]

Agora, haveria muitos obstáculos no caminho entre aquela primeira conferência de 30 pessoas e uma Igreja que um dia teria nações se filiando a ela. E, a menos que eu tenha errado no meu palpite, ainda há vários quilômetros de obstáculos do caminho dessa igreja. Mas o fato de terem visto, sentido e acreditado nisso os impediu de “[se cansarem] de fazer o bem” e os ajudou a acreditar, mesmo nos momentos mais difíceis, que “de pequenas coisas provém aquilo que é grande”. Em batalhas muito mais importantes do que as da Segunda Guerra Mundial, esses santos também juraram vitória, mesmo que a estrada fosse longa e penosa.

Determinação

Embora nada em nossa vida pareça exigir a coragem e a paciência daqueles primeiros santos, ainda assim, quase todos os esforços que valem a pena que eu possa imaginar exigem um pouco dessa mesma determinação. Com certeza, a educação é importante, incluindo o pagamento de seus empréstimos estudantis. Mas é possível. Eu consegui. Só leva tempo. Até mesmo o amor à primeira vista, se é que isso existe mesmo, não se compara ao amor depois de 19 anos, sete meses e 11 dias, se meu casamento com a irmã Holland for uma referência. De fato, “o melhor [sempre] ainda está por vir” (Robert Browning, “Rabbi Ben Ezra”). [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches. ]

Nesse sentido, Troilo, cujo amor implacável por Cressida o torna uma espécie de caso perdido, e isso nos ensina uma lição valiosa. “Quem tem trigo e quer fazer um bolo, precisará esperar pelo tempo da moagem.”, diz Pândaro a Troilo. “E eu não esperei?” Troilo emburra.

Pândaro: A moagem, sim; mas precisareis esperar que seja peneirado.

Troilo: Esperei muito

Pândaro: Sim, até que fermentasse; mas (…) ainda está incluído o amassar, o preparo do bolo, o aquecimento do forno e o próprio ato de assar. Mais, ainda: tereis de esperar que esfrie, para não acontecer queimardes os lábios.

[Troilo e Créssida, ato 1, cena 1, linhas 14ss] [Tradução em português: scribd.com/document/725803150/Troilo-e-Cressida-William-Shakespeare-Z-Library]

Preparar os melhores bolos do mundo leva tempo. Não se desesperem ao esperar e tentar. E não “queime os lábios” por causa da impaciência. Permitam-me falar um pouco mais sobre a tragédia moderna dos namorados que não querem esperar. Na minha opinião, isso é cada vez mais alarmante.

Problema simbólico em nosso mundo: O divórcio

Ao mencionar isso, desejo sinceramente não ofender ninguém. Vi o divórcio em minha própria família, portanto conheço um pouco da complexidade, da dor, das acusações e da inocência que inevitavelmente o acompanha. Não falo aqui de vidas específicas ou problemas pessoais sobre os quais não sei nada e sobre os quais não faria nenhum julgamento se soubesse. Mas a questão geral do divórcio, a questão abstrata do divórcio, não é apenas um grande problema social, mas também um grande problema simbólico em nosso mundo.

Com a taxa de divórcio chegando a 50% e aumentando, mais de um milhão de crianças americanas passam pelo trauma de um rompimento conjugal a cada ano. Andrew Cherlin, da Universidade Johns Hopkins, diz que “os americanos dos anos 70 e 80 são a primeira geração na história do país que acha que o divórcio e a separação é uma parte normal da vida familiar” (“Who’s Minding the Children”, Allan C. Brownfeld, de Divorce and Single-Parent Family Statistics, p. 24). Essa percepção está sendo ajudada por um novo tipo de literatura, livros como: Divorce, the New Freedom [Divórcio, a Nova Liberdade] e Creative Divorce: A New Opportunity for Personal Growth [Divórcio Criativo: Uma nova oportunidade de crescimento pessoal].

Ninguém desejaria um casamento ruim para ninguém. Mas de onde achamos que vêm os “bons casamentos”? Eles não surgem totalmente da cabeça de Zeus, assim como uma boa educação, um bom ensino familiar ou uma boa sinfonia. Por que um casamento deveria exigir menos lágrimas, menos trabalho e menos comprometimento do que seu emprego, seu estilo de roupas ou mesmo seu carro?

No entanto, alguns de vocês despenderão menos tempo na qualidade, na substância e no propósito de seu casamento — o convênio mais elevado, sagrado e culminante que farão neste mundo — do que na manutenção de um carro velho sem ar-condicionado. E vocês partirão o coração de muitas pessoas inocentes, incluindo talvez o seu próprio, se o casamento for dissolvido.

“Vocês não devem se dedicar de maneira parcial a um casamento.”, disse o presidente Kimball. “Exige toda a nossa dedicação” (Spencer W. Kimball, “An Apostle Speaks about Marriage to John and Mary”, [Um apóstolo fala sobre o casamento para João e Maria] Improvement Era, fevereiro de 1949, p. 74). Portanto, toda tarefa digna exigirá tudo o que pudermos dar a ela. O Senhor requer coração e uma mente solícita se quisermos comer do bem da terra de Sião nestes últimos dias.

Lição sobre perseverança

Gostaria de encerrar com uma última e longa lição sobre perseverança.

Em 28 de julho de 1847, quatro dias após sua chegada àquele Vale do Lago Salgado, Brigham Young parou no local onde hoje se encontra o magnífico Templo de Salt Lake e exclamou para seus companheiros: “Aqui construiremos o Templo de nosso Deus!” (James H. Anderson, “The Salt Lake Temple,” Contributor [The Young Men’s Mutual Improvement Associations of Zion], no. 6, April 1893, p. 243).

O terreno cobriria 300 metros quadrados e seria construído para durar por toda a eternidade. Quem se importa com o dinheiro, a pedra, a madeira, o vidro ou o ouro que eles não têm? E daí que as sementes ainda não foram plantadas e os santos ainda não têm moradia? Por que se preocupar com o fato de que os grilos logo chegarão — e o Exército dos Estados Unidos também?

Eles simplesmente marcharam e abriram caminho para o edifício mais maciço, permanente e inspirador que puderam conceber. E eles passaram 40 anos de suas vidas tentando terminá-lo.

A obra parecia estar fadada ao fracasso desde o início. A escavação para o subsolo exigiu trincheiras de seis metros de largura e quase cinco metros de profundidade, grande parte feita de cascalho sólido. Só para cavar o alicerce foram necessários 9000 dias de trabalho. Certamente alguém deve ter dito: “Um templo seria bom, mas será que realmente precisamos de um tão grande assim?” Mesmo assim, eles continuaram cavando. Talvez eles acreditassem que estavam “lançando o alicerce de uma grande obra”. De qualquer forma, eles trabalharam para “não se [cansarem] de fazer o bem”.

E através de tudo isso Brigham Young tinha sonhado o sonho e visto a visão. Com a escavação terminada e a cerimônia da pedra angular encerrada, ele disse aos santos reunidos:

Não gosto de profetizar. Mas vou me aventurar a adivinhar que este dia, e o trabalho que realizamos nele, será lembrado por muito tempo por este povo, e soarão como uma trombeta em todo o mundo. Há cinco anos, em julho passado, eu estava aqui e vi o Templo em espírito. Fiquei de pé nem a dez metros de onde assentamos a pedra angular. Não perguntei que tipo de templo devíamos construir. Por quê? Porque estava plenamente representado diante de mim. [Anderson, Contributor, pp. 257–258] [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Mas, como Brigham Young também disse: “Jamais começamos a construir um templo sem que os sinos do inferno começassem a soar” (J.A. Widtsoe [ed.], Discourses of Brigham Young [Salt Lake City: Deseret Book, 1973), 410 https://www.churchofjesuschrist.org/study/general-conference/2023/04/46duncan?lang=por. Bem quando o alicerce foi finalizado, Albert Sidney Johnston e suas tropas do exército dos Estados Unidos partiram para o Vale do Lago Salgado com a intenção de travar uma guerra contra “os mórmons”. Em resposta, o Presidente Young fez planos elaborados para evacuar e, se necessário, destruir toda a cidade que haviam construído. Mas o que fazer com o templo cuja enorme escavação já havia sido terminada e seu alicerce de 2,44 x 4,88 metros firmemente colocado? Eles fizeram a única coisa que podiam fazer — enterraram tudo novamente. Cada grão de terra. Todo o solo foi preenchido novamente, que haviam sido previamente removidos com tanto esmero naqueles 9000 dias de trabalho. Quando terminaram, o terreno parecia nada mais além do que um campo arado sem plantio.

Quando a ameaça da Guerra de Utah foi embora, os santos voltaram para suas casas e trabalharam penosamente para remover a terra do alicerce e remover o material da estrutura do subsolo escavado.

No entanto, o masoquismo aparente de tudo isso mostrou-se mais evidente quando se foi decidido usar pedras maciças de granito como material básico para a construção e não adobes ou arenito. E eles estavam a 32 quilômetros de distância, em Little Cottonwood Canyon. Além disso, o projeto e as dimensões precisas de cada uma das milhares de pedras a serem usadas nessa estrutura maciça tiveram que ser marcadas individualmente no escritório do arquiteto e moldadas de acordo. Foi um processo dolorosamente lento. Apenas para colocar uma camada das 600 pedras quadradas esculpidas à mão, individualmente e cortadas com precisão ao redor do edifício, levou quase três anos. O progresso foi tão lento que praticamente ninguém que passava pelo terreno do templo podia ver nenhum progresso.

E, claro, levar a pedra da montanha para o centro da cidade foi um pesadelo. Um canal para transportar a pedra foi iniciado e uma considerável quantidade de trabalho e dinheiro foi gasta nisso, mas acabou sendo abortado. Outros meios foram tentados, mas os bois provaram ser o único meio de transporte viável. Nas décadas de 1860 e 70, sempre quatro e, muitas vezes, seis bois juntos podiam ser vistos em quase todos os dias úteis do ano, trabalhando, puxando e lutando para retirar da pedreira um bloco gigante de granito ou, no máximo, dois de tamanho médio.

Durante esse período, como se o Exército dos Estados Unidos não fosse suficiente, os santos tiveram muitas outras interrupções. A chegada da ferrovia tirou quase toda a força de trabalho do templo por quase três anos, e duas infestações de gafanhotos no verão levaram os trabalhadores a combater as pragas em período integral. Em meados de 1871, duas décadas e uma miséria incalculável depois de seu início, mal se podia ver as paredes do templo acima do solo. Muito mais visível era a rota dos carroceiros de Cottonwood, repleta de carroças e sonhos destroçados, incapazes de suportar a carga que lhes era imposta. Os diários e as histórias desses carroceiros estão repletos de relatos de eixos quebrados, animais atolados na lama, rodas dentadas destruídas e esperanças destruídas. Não tenho nenhuma evidência de que esses homens xingaram, mas certamente eles podem ter sido vistos com um olhar bastante firme para o céu. Mas eles acreditaram e continuaram trabalhando. E durante todo esse processo, o Presidente Young não parecia estar com pressa. “O templo será construído assim que estivermos preparados para usá-lo”, disse ele (Anderson, Contributor, p. 266). [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches]. De fato, sua visão era tão sublime e sua esperança tão plena que, bem no meio desse esforço impressionante que exigia praticamente tudo o que os santos podiam suportar, ele anunciou a construção dos Templos de St. George, Manti, e Logan.

“Será que vocês podem realizar o trabalho, vocês Santos dos Últimos Dias desses vários condados?”, perguntou ele. E então, com sua maneira inimitável, ele respondeu:

Sim, essa é uma pergunta que posso responder prontamente. Vocês são perfeitamente capazes de fazer isso. A pergunta é: será que vocês têm a fé necessária? Será que vocês têm o Espírito de Deus em seu coração suficiente para dizer, sim, com a ajuda de Deus, nosso Pai, ergueremos esses edifícios em Seu nome? Vão agora, com sua força e com seus recursos, e terminem este templo. [Anderson, Contributor, p. 267] [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Assim, eles ergueram os ombros, e avançaram com todo o vigor. Mas quando o Presidente Brigham Young morreu em 1877, o templo ainda estava a pouco mais de seis metros acima do solo. Dez anos depois, seu sucessor, o Presidente John Taylor, e o arquiteto original do templo, Truman O. Angell, também haviam falecido. As paredes laterais mal alcançavam a praça do templo. E agora o infame Ato Edmunds-Tucker já havia sido aprovado pelo Congresso, dissolvendo A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. [Nota do tradutor: O Ato Edmunds-Tucker foi criado pelo Congresso Americano contra os membros da Igreja por causa da poligamia.] Um dos efeitos dessa lei foi colocar a liderança da Igreja nas mãos do governo, por meio da qual o delegado dos Estados Unidos, sob uma ordem judicial de novembro, confiscou o templo pelo o qual os santos haviam passado pouco menos de quarenta anos de suas vidas sonhando, trabalhando e orando fervorosamente para desfrutar. Ao que tudo indicava, a estrutura ainda incompleta, mas cada vez mais magnífica, seria arrancada nesta última hora de seus legítimos donos e colocada nas mãos de estranhos e inimigos, exatamente o grupo que muitas vezes se vangloriou de que os Santos dos Últimos Dias nunca teriam permissão para concluir o edifício. Parecia que essas declarações certamente seriam cumpridas. Imediatamente foram criados esquemas para distorcer o uso pretendido do templo de forma a profanar seu propósito sagrado e escarnecer do sacrifício impressionante dos santos que haviam se esforçado tão fielmente para construí-lo.

Mas Deus estava com esses filhos de Israel modernos, como sempre esteve e sempre estará. Eles fizeram tudo o que podiam fazer e deixaram o resto nas mãos de Deus. E o Mar Vermelho se partiu diante deles, e atravessaram em terra firme e seca. Em 6 de abril de 1892, os santos, em sua totalidade, estavam quase delirando. Agora, finalmente, aqui em seu próprio vale, com suas próprias mãos, eles arrancaram pedaços das montanhas que se transformaram em um monumento de granito que marcaria, depois de tudo o que passaram, a segurança dos santos e a permanência da verdadeira Igreja de Cristo na Terra para esta última dispensação. O símbolo central de tudo isso era a Casa de seu Deus que estava concluída. As ruas estavam literalmente lotadas de pessoas. 40 mil batalharam para entrar no terreno do templo. Outros dez mil, que não conseguiram entrar, subiram para o topo dos prédios nas proximidades na esperança de ter algum vislumbre do evento. Dentro do Tabernáculo, o Presidente Wilford Woodruff, visivelmente emocionado com o significado do momento, disse:

Se há alguma cena na face desta Terra que atrairá a atenção do Deus do céu e das hostes celestes, é a que temos diante de nós hoje, a reunião deste povo, o brado de “Hosana!”, o assentamento da cimeira deste templo em honra ao nosso Deus. [Anderson, Contributor, p. 270] [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.]

Em seguida, indo para fora, ele colocou o pináculo no lugar exatamente ao meio-dia.

De acordo com o relato de alguém que presenciou o evento, “a cena que se seguiu está além do poder da linguagem para descrever”. [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.] Lorenzo Snow, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, foi à frente liderando 40.000 Santos dos Últimos Dias no Brado de Hosana. Cada mão segurava um lenço, cada olho se enchia de lágrimas. Um deles disse que o próprio “O chão pareceu tremer com o volume do brado” que ecoava do topo das montanhas. “Nunca na história foi registrado um espetáculo mais grandioso e solene do que o desta cerimônia de assentamento do pináculo do Templo.” (Anderson, Contributor, p. 273). [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.] Estava finalmente e para sempre terminado.

Mais tarde naquele ano, a prestigiosa revista Scientific American (1892), referiu-se a esse novo e majestoso edifício como um “monumento à perseverança mórmon”. [Nota do tradutor: esta citação foi traduzida pela equipe da BYU Speeches.] E assim foi. Sangue, trabalho, lágrimas e suor. As melhores coisas sempre merecem ser concluídas. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus?” (1 Coríntios 3:16). Com toda a certeza que vocês são. Por mais longo e trabalhoso que o esforço possa parecer, continuem moldando e colocando as pedras que farão de sua realização “um espetáculo mais grandioso e solene”. Aproveitem todas as oportunidades de aprendizado e crescimento. Sonhem sonhos e vejam visões. Trabalhem para que eles se realizem. Esperem pacientemente quando não houver outra escolha. Apoiem-se em sua espada e descansem um pouco, mas levantem-se e lutem novamente. Talvez vocês não verão todo o significado de seu esforço em sua própria vida. Mas seus filhos verão, ou os filhos de seus filhos verão, até que finalmente vocês, com todos eles, possam fazer o Brado de Hosana.

Testifico que Deus ama cada um de nós e que Jesus de Nazaré, Seu Filho Unigênito, veio para “[socorrer] os fracos, [erguer] as mãos que pendem e [fortalecer] os joelhos enfraquecidos” (D&C 81:5) — trazendo uma forma divina de compensação do trabalhador, se preferirem, para vocês que continuam a puxar essas pedras de granito tão fielmente para o lugar certo. Eu amo vocês e acredito em vocês. Nesta manhã, quero encorajá-los. Vocês estão lançando o alicerce de uma grande obra — seu próprio e inestimável futuro. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus?” Oro para que sua vida seja “um monumento à perseverança mórmon”, “mesmo que a estrada seja longa e penosa”. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

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Jeffrey R. and Patricia T. Holland

Jeffrey R. Holland, presidente da BYU, e sua esposa, Patricia T. Holland, deram este discurso no devocional em 18 de janeiro de 1983.