A graça não é alcançada em algum momento futuro. É recebida aqui e agora. Não é um toque final; é o toque do Consumador.
Pretendemos modificar a tradução se for necessário. Para dar sugestões, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu
Sou grato por estar aqui com minha esposa, Debi, e meus dois filhos mais novos — que estão frequentando atualmente a BYU — e vários outros membros da família que vieram estar aqui conosco.
É uma honra ser convidado a falar para vocês hoje. Há vários anos, recebi um convite para discursar na Conferência de Mulheres na BYU. Quando contei para minha esposa, ela perguntou: “Qual é o tema do discurso?”
Fiquei tão animado que me atrapalhei em minhas palavras e disse: “Eles querem que eu fale sobre transformar pontos fortes em fraquezas”.
Ela pensou por um minuto e disse: “É, eles pegaram a pessoa certa para o trabalho!”
Ela está certa. Eu poderia dar um tremendo discurso sobre esse assunto, mas acho que hoje é melhor voltar ao tópico original e falar sobre como transformar fraquezas em pontos fortes, e como a graça de Jesus Cristo nos basta (ver Éter 12:27, D&C 17:8, 2 Coríntios 12:9) — basta para pagar nossa dívida, basta para nos transformar e basta para nos ajudar enquanto durar esse processo de transformação.
A graça de Cristo basta para pagar nossa dívida
Certa vez, uma aluna da BYU me procurou e perguntou se poderíamos conversar. Eu respondi: “Claro. Em que posso ajudar?”
Ela disse: “Eu simplesmente não entendo o conceito de graça”.
Eu respondi: “O que é que você não entende?”
Ela disse: “Sei que preciso fazer o melhor que puder e depois Jesus faz o resto, mas eu nem sequer consigo fazer o melhor que posso”.
Ela então me contou todas as coisas que deveria fazer, “porque ela é mórmon”, mas que não estava fazendo.
Ela continuou: “Sei que tenho que fazer a minha parte e depois Jesus compensa a diferença e preenche a lacuna que fica entre minha parte e a perfeição. Mas quem preenche a lacuna que fica entre onde estou agora e a minha parte?”
Depois, ela me contou todas as coisas que não deveria fazer “porque ela é mórmon”, mas que estava fazendo de qualquer jeito.
Por fim, eu disse: “Jesus não compensa a diferença. Jesus é a diferença em nossa vida. A graça não se trata de preencher lacunas. Trata-se de nos preencher”.
Vendo que ela ainda estava confusa, eu peguei uma folha de papel e desenhei dois pontos — um na parte de cima representando Deus e outro na parte de baixo representando nós. Então eu disse: “Vá lá. Desenhe a linha. Quanto é a nossa parte? Quanto é a parte de Cristo?”
Ela foi direto para o centro da página e começou a desenhar uma linha. Então, considerando o que estávamos conversando, ela foi até a parte de baixo da folha e desenhou uma linha bem próxima ao ponto de baixo.
Eu disse: “Errado”.
Ela disse: “Eu sabia que era mais para cima. Eu deveria ter desenhado, porque eu sabia disso”.
Eu disse: “Não. A verdade é que não existe nenhuma linha. Jesus preencheu o espaço todo. Ele pagou nossa dívida integralmente. Ele não pagou tudo, exceto algumas moedas. Pagou tudo. Está consumado”.
Ela disse: “Certo! Então não preciso fazer nada?”
“Não, não”, eu respondi: “Você tem muito a fazer, mas não é para preencher essa lacuna. Todos nós seremos ressuscitados. Todos nós vamos voltar à presença de Deus. O que a nossa obediência vai determinar é o tipo de corpo com o qual planejamos nos ressuscitar e quão confortáveis planejamos estar na presença de Deus e por quanto tempo planejamos permanecer lá”.
Cristo pede que demonstremos fé Nele, nos arrependamos, façamos e guardemos convênios, recebamos o Espírito Santo e perseveremos até o fim. Ao fazermos isso, não estamos pagando as exigências da justiça — nem mesmo a mínima parte. Em vez disso, estamos mostrando gratidão pelo que Jesus Cristo fez ao usarmos Sua expiação para viver uma vida como a Dele. A justiça exige perfeição imediata ou um castigo quando não conseguimos isso. Por ter tomado sobre Si esse castigo, Jesus pode nos oferecer a chance de perfeição final (ver Mateus 5:48, 3 Néfi 12:48) e nos ajudar a alcançar essa meta. Ele perdoa o que a justiça jamais poderia perdoar e pode nos propor agora Seu próprio conjunto de requisitos (ver 2 Néfi 2:7; 3 Néfi 9:20).
“Então, qual é a diferença?”, perguntou a menina. “Quer nossos esforços sejam exigidos pela justiça ou por Jesus, eles ainda são exigidos.”
“É verdade”, eu disse: “Mas eles são exigidos para um propósito diferente. Cumprir os requisitos de Cristo é como pagar um financiamento em vez de pagar aluguel, ou fazer depósitos em uma conta poupança em vez de pagar dívidas. Você ainda tem que entregar o dinheiro todos os meses, mas é por um motivo totalmente diferente”.
A graça de Cristo basta para nos transformar
O trato de Cristo conosco é semelhante ao de uma mãe que contrata aulas de música para o filho. A mãe paga à professora de piano. Quantos de vocês sabem do que estou falando? Como a mãe paga a dívida integralmente, ela pode pedir algo ao filho. O que é? Prática! A prática da criança paga a professora de piano? Não. A prática da criança reembolsa a mãe o que ela pagou à professora de piano? Não. A prática é a maneira pela qual o filho demonstra gratidão pelo presente incrível da mãe. É assim que ele aproveita a maravilhosa oportunidade que a mãe está lhe dando de viver a vida em um nível mais elevado. A alegria da mãe não consiste em ser reembolsada, mas em ver seu presente ser usado — ver o progresso do filho. Por isso, ela continua a pedir prática, prática e mais prática
Se o filho considerar muito autoritária a exigência de praticar imposta pela mãe (“Puxa, mãe, por que eu preciso praticar? Nenhuma das outras crianças tem que praticar! Vou ser um jogador profissional de futebol de qualquer jeito!”), talvez seja porque ele ainda não vê com os olhos da mãe. Ele não vê o quanto sua vida poderia ser melhor se ele escolhesse viver em um plano mais elevado.
Da mesma forma, por ter satisfeito a justiça, agora Jesus pode voltar-se para nós e dizer: “Vinde após mim” (Mateus 4:19) e “guardai os meus mandamentos” (João 14:15). Se encararmos Suas exigências como excessivas (“Puxa! Nenhum dos outros cristãos tem que pagar o dízimo! Nenhum dos outros cristãos precisa fazer missão, servir em chamados e fazer o trabalho do templo!”), talvez seja porque ainda não enxergamos com os olhos de Cristo. Ainda não compreendemos o que Ele está tentando nos ajudar a ser.
O Élder Bruce C. Hafen escreveu: “O grande Mediador pede que nos arrependamos, não porque precisemos ‘reembolsá-Lo’ por Ele ter pagado a nossa dívida para com a justiça, mas porque o arrependimento inicia um processo de desenvolvimento que, com a ajuda do Salvador, nos conduz ao longo do caminho para um caráter santo” (The Broken Heart, [Salt Lake City: Deseret Book, 1989], 149; grifo no original).
Referindo-se à explicação do Presidente Spencer W. Kimball, o Élder Dallin H. Oaks disse: “O pecador arrependido deve sofrer por seus pecados, mas esse sofrimento tem um propósito diferente do que o castigo ou o pagamento. Seu propósito é a mudança (The Lord’s Way, [Salt Lake City: Deseret Book, 1991], 223; grifo no original). Vamos colocar isso em termos de nossa analogia: O filho precisa praticar o piano, mas essa prática tem um propósito diferente do que o castigo ou o pagamento. Seu propósito é a mudança.
Tenho amigos evangélicos que me dizem: “Vocês, mórmons, estão tentando merecer a entrada no céu”.
Eu digo: “Não, nós não merecemos o céu. Nós estudamos para o céu. Estamos nos preparando para o céu (ver D&C 78:7). Estamos praticando para ele.”
Eles me perguntam: “Você foi salvo pela graça?”
Respondo: “Sim. Absolutamente, totalmente, completamente e com toda a gratidão — sim!”
Então lhes faço uma pergunta que talvez não tenham considerado plenamente: “Vocês foram mudados pela graça?” Eles estão tão animados por terem sido salvos que talvez não pensem o suficiente no que vem em seguida. Eles estão tão felizes que a dívida foi paga, que talvez não cheguem a considerar a razão da dívida existir em primeiro lugar. Os Santos dos Últimos Dias não sabem apenas do que Jesus nos salvou, mas também para o que Ele nos salvou. Como diz meu amigo Brett Sanders: “Uma vida afetada pela graça acaba se assemelhando à vida de Cristo”. Como diz meu amigo Omar Canals: “Embora muitos cristãos considerem o sofrimento de Cristo como apenas um enorme favor que Ele fez por nós, os Santos dos Últimos Dias também o reconhecem como um enorme investimento que Ele fez em nós”. Como Morôni diz, a graça não se trata apenas de ser salvo. Também se trata de chegar a ser como o Salvador (ver Morôni 7:48).
O milagre da Expiação não é apenas nos permitir viver após a morte, mas viver em abundância (ver João 10:10). O milagre da Expiação não é permitir que sejamos purificados e consolados, mas transformados (ver Romanos 8). As escrituras deixam bem claro que nada impuro pode habitar na presença de Deus (ver Alma 40:26), mas, irmãos e irmãs, alguém que não passou por essa mudança nem sequer desejará isso.
Conheço um rapaz que acabou de sair da prisão — de novo. Sempre que ele se depara com uma bifurcação na estrada, ele toma o caminho errado — sempre. Quando ele era adolescente lidando com todos os maus hábitos que um adolescente pode ter, eu disse a seu pai: “Precisamos levar ele para uma conferência dos jovens”. Trabalho com esses programas desde 1985. Sei o bem que podem fazer.
O pai disse: “Eu não tenho condições para isso”.
Eu disse: “Eu também não tenho, mas você paga uma parte, e eu pago outra, e então vamos falar com minha mãe, porque ela tem um coração mole”.
Finalmente conseguimos mandar o rapaz à conferência dos jovens, mas quanto tempo vocês acham que ele durou? Nem mesmo um dia. No final do primeiro dia, ele ligou para a mãe e disse: “Me tira daqui!” O céu não será o céu para aqueles que não escolheram ser celestiais.
No passado, eu tinha na mente uma imagem de como seria o julgamento final, e era mais ou menos assim: Jesus de pé com uma prancheta e Brad no outro lado da sala olhando nervosamente para Jesus.
Jesus verifica Sua prancheta e diz: “Ah, puxa, Brad. Você perdeu por dois pontos”.
Brad implora a Jesus: “Por favor, verifique a redação mais uma vez! Tem que haver mais dois pontos que você pode tirar dessa redação”. Era dessa maneira que eu via.
Mas quanto mais velho eu fico, e quanto mais compreendo esse maravilhoso plano de redenção, mais percebo que, no julgamento final, não será o pecador impenitente implorando a Jesus: “Deixe-me ficar”. Não, ele provavelmente vai dizer: “Me tira daqui!” Conhecendo o caráter de Cristo, eu creio que, se houver alguém implorando naquela ocasião, provavelmente será Jesus implorando ao pecador impenitente: “Por favor, decida ficar. Por favor, use minha Expiação — não apenas para ser purificado, mas para ser mudado para que você deseje ficar”.
O milagre da Expiação não significa apenas que poderemos voltar para casa, mas que — milagrosamente — poderemos nos sentir em casa lá. Se Cristo não exigisse fé e arrependimento, não haveria desejo de mudança. Pensem em seus amigos e familiares que decidiram viver sem fé e sem o arrependimento. Eles não querem mudar. Eles não estão tentando abandonar o pecado e se sentir à vontade na presença de Deus. Em vez disso, eles estão tentando abandonar a Deus e se sentir à vontade com o pecado. Se Jesus não exigisse convênios e concedesse o dom do Espírito Santo, não haveria nenhuma maneira de mudar. Nós precisaríamos nos contentar eternamente com a força de vontade, sem acesso a Seu poder. Se Jesus não exigisse perseverança até o fim, não haveria nenhuma internalização dessas mudanças ao longo do tempo. Elas seriam para sempre superficiais e externas em vez de se aprofundarem dentro de nós e de se tornarem parte de nós — parte de quem somos. Simplificando, se Jesus não exigisse prática, nunca nos tornaríamos pianistas.
A graça de Cristo basta para nos ajudar
“Mas, irmão Wilcox, você não percebe como é difícil praticar? Não sou muito bom no piano. Toco muitas notas erradas. Demoro demais para acertar”. Esperem aí. Tudo isso não faz parte do processo de aprendizado? Quando um jovem pianista toca uma nota errada, não dizemos que ele não é digno de continuar praticando. Não esperamos que ele seja perfeito. Esperamos apenas que ele continue tentando. A perfeição pode ser sua meta final, mas por enquanto podemos estar contentes com seu progresso na direção certa. Por que é tão fácil ter essa perspectiva no contexto do aprendizado do piano, mas tão difícil tê-la no contexto do aprendizado celeste?
Muitos estão desistindo da Igreja por estarem cansados de sentir constantemente que estão fracassando. Eles tentaram no passado, mas sentem sempre que simplesmente não são bons o suficiente. Eles não compreendem a graça.
Há moças que sabem que são filhas de um Pai Celestial que as ama, e elas O amam. Então elas se formam no Ensino Médio e os valores que decoraram são testados. Elas cometem erros. Elas deixam as coisas irem longe demais e, de repente, acham que tudo está acabado. Essas moças não compreendem a graça.
Há rapazes que cantam durante toda a infância, “Eu quero ser um missionário”, e então eles realmente crescem um pouco mais e se esquivam totalmente do compromisso. Eles frequentam fielmente suas reuniões semanais do Escotismo, se formam no Ensino Médio e vão para a faculdade. Então, de repente, esses rapazes descobrem como é fácil não ser, como dizem os Escoteiros nos Estados Unidos, confiáveis, leais, prestativos, amigáveis, bem-educados, bondosos, obedientes, alegres, econômicos, corajosos, puros ou reverentes. Eles cometem erros. Eles dizem: “Eu nunca vou fazer isso de novo”, e então fazem. Eles dizem: “Eu nunca vou fazer isso de novo”, e então fazem. Eles dizem: “Isso é ridículo. Eu nunca jamais vou fazer isso de novo. E então eles fazem. A culpa é quase insuportável. Eles não se atrevem a conversar com o bispo. Em vez disso, eles escondem. Eles dizem: “Não consigo seguir esse negócio de ser mórmon. Eu já tentei, mas as expectativas são muito altas”. Então desistem. Esses rapazes não compreendem a graça.
Conheço ex-missionários que voltam para casa e recaem nos maus hábitos que eles achavam que tinham vencido. Eles quebram promessas feitas perante Deus, anjos e testemunhas, e se convencem de que não há esperança para eles agora. Eles dizem: “Já era, estraguei tudo. Não adianta nem tentar mais”. É sério? Esses jovens passaram missões inteiras ensinando as pessoas sobre Jesus Cristo e Sua Expiação, e agora acham que não há esperança para eles? Esses ex-missionários não compreendem a graça.
Conheço jovens casais que descobrem depois da cerimônia do selamento que o casamento exige ajustes. As pressões da vida se intensificam, e o estresse começa a cobrar seu preço financeira, espiritual e até sexualmente. São cometidos erros. Cresce a divisão. E logo esses maridos e esposas estão conversando com advogados de divórcio em vez de conversarem um com o outro. Esses casais não compreendem a graça.
Em todos esses casos, nunca deveria haver apenas duas opções: perfeição ou desistência. Ao aprender o piano, será que as únicas opções são apresentar-se num teatro prestigioso, ou desistir? Não. Crescimento e desenvolvimento levam tempo. O aprendizado leva tempo. Quando compreendemos a graça, compreendemos que Deus é longânimo, que a mudança é um processo e que o arrependimento é um padrão em nossa vida. Quando compreendemos a graça, compreendemos que as bênçãos da Expiação de Cristo são contínuas e que Sua força é perfeita em nossa fraqueza (ver 2 Coríntios 12:9). Quando compreendemos a graça, podemos, como diz Doutrina e Convênios, “[continuar] pacientemente até [sermos] aperfeiçoados” (D&C 67:13).
Um rapaz me enviou o seguinte e-mail: “Eu sei que Deus tem todo o poder e sei que Ele vai me ajudar se eu for digno, mas é que eu nunca sou digno o suficiente para pedir Sua ajuda. Eu quero receber a graça de Cristo, mas sempre me encontro preso na mesma situação autodestrutiva e insolúvel: sem obras, sem graça”.
Eu respondi a ele e testifiquei de todo o coração que Cristo não está esperando na linha de chegada depois de fazermos “tudo o que pudermos” (2 Néfi 25:23). Ele nos acompanha em todos os passos do caminho.
O Élder Bruce C. Hafen escreveu: “O dom da graça que o Salvador nos concede não está necessariamente restrito a ‘depois’ de tudo o que pudermos fazer. Podemos receber Sua graça antes, durante e depois do momento em que despendemos nossos próprios esforços” (The Broken Heart [Salt Lake City: Deseret Book,1989], 155). A graça não é um motor de propulsão, que entra em ação quando nosso suprimento de combustível está esgotado. Na verdade, é nossa fonte constante de energia. Não é a luz no fim do túnel, mas a luz que nos conduz túnel adentro. A graça não é alcançada em algum momento futuro. É recebida aqui e agora. Não é um toque final, é o toque do Consumador (ver Hebreus 12:2).
Daqui a doze dias, vamos comemorar o feriado em Utah do Dia dos Pioneiros. A primeira companhia de santos entrou no Vale do Lago Salgado em 24 de julho de 1847. Sua jornada foi difícil e desafiadora, mas ainda assim, cantaram:
Vinde, ó santos, sem medo ou temor;
Mas alegres andai,
Rude é o caminho ao triste viajor,
Mas com fé caminhai.
[“Vinde, ó santos”, Hinos, 2002, nº 20]
Em inglês, o último verso desta estrofe é: “A graça será como o vosso dia” — que frase interessante. Nós já cantamos isso centenas de vezes, mas será que paramos para pensar no que significa? “A graça será como o vosso dia”: a graça será como um dia. Por mais escura que seja a noite, sempre podemos contar com o nascer do sol. Por mais tenebrosos que pareçam nossas provações, pecados e erros, sempre podemos confiar na graça de Jesus Cristo. Nós merecemos um nascer do sol? Não. Nós temos que ser dignos de uma chance de começar de novo? Não. Só temos que aceitar essas bênçãos e aproveitá-las. Tão certo quanto o amanhã, a graça — o poder capacitador de Jesus Cristo — é constante. Os pioneiros fiéis sabiam que não estavam sozinhos. O desafio que os aguardava nunca foi tão grande como o poder que os amparava.
Conclusão
A graça de Cristo nos basta — basta para pagar nossa dívida, basta para nos transformar e basta para nos ajudar enquanto durar esse processo de transformação. O Livro de Mórmon nos ensina a confiar somente nos “méritos e misericórdia e graça do Santo Messias” (2 Néfi 2:8). Ao fazermos isso, não descobrimos — como acreditam alguns cristãos — que Cristo não exige nada de nós. Em vez disso, descobrimos o porquê de Ele exigir tanto, e encontramos a força para fazer tudo o que Ele nos pede (ver Filipenses 4:13). A graça não é a ausência das expectativas elevadas de Deus. A graça é a presença do poder de Deus (ver Lucas 1:37).
O Élder Neal A. Maxwell uma vez disse o seguinte:
Agora quero falar (…) àqueles que são assolados pela falsa insegurança, que, embora trabalhem devotadamente no Reino, têm sentimentos recorrentes de nunca serem bons o suficiente (…).
(…) Esse sentimento de inadequação é (…) normal. Não há maneira de a Igreja descrever honestamente para onde ainda precisamos ir e o que ainda precisamos fazer sem criar um senso de imensa distância (…).
(…) Este é um evangelho de grandes expectativas, mas a graça de Deus basta para cada um de nós. [CR, outubro de 1976, pp. 14, 16; “Apesar de minha fraqueza”, A Liahona, fevereiro de 1977, p. 10).
Junto com o Élder Maxwell, testifico que a graça de Deus nos basta. A graça de Jesus nos basta. É o suficiente. É tudo de que precisamos. Oh, jovens, não desistam. Continuem tentando. Não procurem fugas e desculpas. Busquem o Senhor e Sua força perfeita. Não procurem alguém para culpar. Procurem alguém para ajudá-los. Busquem a Cristo e, ao fazerem isso, prometo que vocês sentirão o poder capacitador que chamamos de Sua maravilhosa graça. Deixo esse testemunho e todo meu amor — pois amo vocês. Com Deus como minha testemunha, eu amo os jovens desta Igreja. Eu acredito em vocês. Eu estou torcendo por vocês. E eu não sou o único. Seus pais estão torcendo por vocês, seus líderes estão torcendo por vocês e os profetas estão torcendo por vocês. E acima de tudo, Jesus está dividindo o jugo com vocês. Digo isso em nome de Jesus Cristo. Amém.
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Brad Wilcox, da junta geral da Escola Dominical, deu este devocional em 12 de julho de 2011.